"O Guardiola chateou-se com o Darwin e não aconteceu o que aconteceu comigo"
Declarações de Abel Ferreira, treinador do Palmeiras, após o empate 2-2 no terreno do Palmeiras, na 35.ª jornada do Brasileirão. O Verdão lidera o campeonato com os mesmos pontos do Flamengo, segundo classificado, a três jogos do final.
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Atitude da equipa: "Há dois meses, o treinador do Palmeiras era fraco, a direção não prestava e os jogadores estavam velhos... Independente do que acontecer no fim, esta equipa tem atitude campeã. O meu maior orgulho nesta equipa é a atitude, a forma como fazemos das tripas coração para dependermos só de nós. Temos três finais, preciso da ajuda dos nossos adeptos agora, com jogos na nossa casa. Está tudo em aberto, e vamos ter campeonato até o fim."
Mensagem aos adeptos: "Tenho um respeito muito grande pelos adeptos do Palmeiras, mesmo os que são mais cornetas. Nunca imaginei na minha vida, quando atravessei o Atlântico, que criaria uma relação tão forte com os jogadores, com o emblema e com os adeptos. Tenho uma gratidão muito grande para com todos os nossos adeptos, que são muito importantes nas nossas conquistas. Tenham certeza que fazemos o máximo que conseguimos e podemos para vos dar alegrias."
Qual será o legado de Abel Ferreira no Palmeiras? "Se eu disser o que penso do resto da sua pergunta, vão chamar-me arrogante. O legado fica daqui a dez, 15, 20 anos. Sei que me vão associar aos títulos, mas sou o que sou hoje pelos livros que li. Sempre gostei de ler, das coisas que eu gosto, há coisas para todos os gostos, esse é o maior legado para deixar aqui no Brasil. É bom fazer parte disso mas ainda sou novo. Não parece, mas ainda sou novo, e isso é uma coisa que virá no futuro. Não quero pensar nisso."
Dar o exemplo: "Mais do que falar é ver a atitude da equipa em campo, o que vocês veem, o "todos somos um", a resiliência, o nunca desistir. Vimos isso hoje na nossa equipa. Isso é o meu maior orgulho. Sempre aprendi que a maior forma que temos de influenciar os outros é pelo exemplo. Sei que nem sempre sou o melhor exemplo, mas em muitas coisas sou. O Guardiola chateou-se com o Darwin Núñez [no final do Manchester City-Liverpool] e não aconteceu o que aconteceu com o treinador do Palmeiras [n.d.r ser alvo de críticas]. Já outros treinadores chutaram microfones [n.d.r gesto que valeu castigo e muitas críticas a Abel] e não aconteceu o que aconteceu com o treinador do Palmeiras. Isso é a parte que me deixa mais triste. Não sou perfeito, sou ser humano como todos, e às vezes olhamos para os jogadores e treinadores como se fossem perfeitos, e não é o caso. Revejo-me nos valores das nossa equipa. Acho que a melhor forma é influenciar pelo exemplo."