Treinador Armando Evangelista diz que quer voltar ao Brasil, numa altura em que se comenta o interesse do Cruzeiro
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Armando Evangelista concedeu uma entrevista à Rádio Bandeirantes, do Brasil, explicando os motivos para a sua saída do comando técnico do Goiás, ao cabo de 27 jogos em todas as competições, tendo conquistado sete vitórias. Na altura da rescisão, foi comentada a suposta interferência nas suas escolhas na equipa, o que o técnico explicou: "Quando somos contratados para desempenhar determinado papel dentro de um clube, é porque quem contrata acredita naquilo que fazemos. Se nos contratam, é para tomarmos decisões. É importante que haja conversa, troca de opiniões ou pontos de vista divergentes. Mas é óbvio que a última decisão tem que ser sempre minha. Aceito a troca de ideias de bom grado, mas imposições não. Quem se quer impor, tem que se assumir, ir para a frente da equipa", realçou.
Evangelista considerou ainda que "o timing" da sua entrada em funções foi o maior obstáculo ao sucesso que desejava ter. "Entrámos com o campeonato em andamento, não tivemos possibilidade de escolher o plantel. No mercado de agosto tentou-se ajustar, de alguma forma, e colocar a equipa o mais competitiva possível. A verdade é que mesmo em termos de contratações houve divergências. Não conseguimos contratar quem pretendíamos e aquilo que nos fez acreditar nesse projeto quando fomos para o Goiás. Esse foi um dos primeiros obstáculos que encontrámos. Depois, era preciso profissionalizar o clube, criando alguns departamentos, como o scouting. O Goiás, se não consegue contratar jogadores feitos e de valia, tem que ser o primeiro a chegar àqueles que estão a despontar. Era algo que estávamos à procura de fazer", reforça, lembrando que, apesar dos problemas, a sua equipa técnica "tornou a equipa mais competitiva, ganhando grande robustez defensiva". "Mas faltava algo e isso nunca foi conseguido, acima de tudo por problemas financeiros”, salienta.
O treinador português, de 50 anos, admite que foi apanhado de surpresa com a saída. "Estava convencido que toda a gente tinha percebido qual era o projeto, qual era a ideia, mesmo em termos de direção. Inclusivamente já tinha tido abordagens para poder continuar, para renovar o meu contrato", conta, não fechando a porta a nova oportunidade no Brasileirão, numa altura em que se comenta o interesse do Cruzeiro. "Têm existido algumas abordagens. Por uma questão de respeito, não vou dizer de onde são. Essas abordagens necessitam de análise, para saber qual o melhor passo. Agora, uma coisa é certa, penso voltar ao Brasil”, afirma.