Vitória justíssima do Tondela deixou o Paços de Ferreira com o coração nas mãos, à espera do que farão os concorrentes aos dois lugares que ainda restam no comboio europeu.
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O Tondela, aquela equipa para quem marcar um golo chegou a ser uma espécie de milagre, fez quatro na Mata Real, ontem, e arrastou para a última jornada a agonia - agora já não aquela em que se consumiu até ser transfigurada por Petit neste fenómeno de confiança, organização e eficácia, mas as dos demais que encaram o risco de descida. Vencer a Académica não chega, mas, chegar até aqui sem cair é de grande dignidade e fruto do trabalho notável de Petit, que assumiu o ingrato desafio, agora transformado num futebol convicto que, ontem, deixou o sexto lugar europeu do Paços ao alcance do Rio Ave e do Estoril. Também esta história tem final reservado para a jornada 34. A de ontem começou por linhas tortas, num canto de Wagner para a área, onde a disputa no ar iludiu o árbitro Nuno Almeida, que validou o golo de Nathan, em fora de jogo. O Paços de Ferreira não tinha por que se perturbar e recuperou a igualdade com uma bela jogada de Rodrigo António, com Hélder Lopez a cruzar para o remate de primeira de Bruno Moreira. O Tondela foi para o intervalo despromovido, mas voltou ao jogo decidido a lutar até ao fim e, empurrado por Wagner, depois com o apoio de Murillo, tratou de deixar o campo cada vez mais curto para o Paços de Ferreira, até Lucas Souza surgir, aos 70", adiantado por essa clara conquista do terreno, a fazer o 1-2, festejado junto dos cerca de 50 adeptos que viajaram desde Tondela à espera da vitória que a mesma dupla confirmou, de novo numa jogada que nasceu pela esquerda e encontrou o remate forte do médio no caminho da festa. A equipa da casa, que se encolhera depois de perder Diogo Jota (55"), não encontrou solução para dar resposta à convicção do Tondela nem para segurar Wagner, que ainda ofereceu 1-4 a Nathan Júnior.