Rui Vitória prevê lançar em Munique a mesma equipa que goleou os arsenalistas. A intenção é jogar olhos nos olhos
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É para lutar olhos nos olhos - esta a receita que Rui Vitória tem em equação para o embate da próxima terça-feira, em Munique. O técnico benfiquista tem neste momento, tudo indica, previsto lançar precisamente o mesmo onze que na última sexta-feira goleou o Braga por 5-1, numa clara aposta que visa tentar arrancar uma surpresa no Allianz Arena.
Devidamente analisado o adversário, o treinador não terá por esta altura qualquer dúvida no sentido de que os bicampeões nacionais terão de procurar recuperar a bola o mais próximo possível da baliza do Bayern, evitando ao máximo recuar linhas. Afinal, a equipa técnica das águias considera que a aposta num bloco mais baixo e/ou num estilo mais expectante poderá descambar facilmente a favor dos alemães, com um afamado estilo de jogo em que só mesmo o guarda-redes Neuer não está instalado no meio-campo ofensivo para participar na paciente circulação do esférico.
Na prática, os encarnados apontam a tentar replicar - dentro do possível e com as devidas ressalvas, claro -, a estratégia imposta pela Juventus na segunda mão dos oitavos de final da Champions, procurando anular a primeira fase de construção de jogo do colosso bávaro.
E se Vitória ainda estará a ponderar lançar Jiménez no lugar de Mitroglou - o mexicano pode acrescentar maior mobilidade, velocidade e pressão na frente de ataque -, por esta altura o timoneiro do emblema da Luz apontará mais claramente a manter o internacional grego no onze, também pelo facto de este tender a segurar melhor os defesas adversários lá atrás. O próprio treinador admite que os encarnados não vão "recuar" e o outro motivo que leva à aposta com todas as fichas habituais em Munique prende-se com o ADN da equipa, pouco rotinada num estilo de jogo defensivo.
Foi, aliás, já a pensar em manter o onze que Rui Vitória tirou Jardel, Fejsa e Gaitán mais cedo de campo na receção aos bracarenses. A fazer gestão pensando na Liga, só mesmo se o desfecho na Alemanha se tornar virtualmente impossível de recuperar. A tarefa, essa, será sempre duríssima. Não só o Benfica perdeu os três jogos que fez em Munique (duas vezes por 4-1, outra por 5-1), como a última derrota caseira do Bayern na Champions foi há quase dois anos, a 29 de abril de 2014, contra o Real Madrid (4-0). Desde aí, nos 90" regulamentares, só a Juventus conseguiu não perder (2-2, sofrendo mais dois golos no prolongamento). Nos 10 jogos realizados após a derrota com o Real, os alemães fizeram 40 golos, entre estes, os seis ao FC Porto, há cerca de um ano.