O presidente do Benfica, a cumprir castigo de 23 dias, não falou de futebol, mas atirou algumas farpas aos rivais de Alvalade
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Luís Filipe Vieira, no almoço no salão dos Bombeiros após a inauguração da Casa do Benfica de Murtosa, "gostava de dizer duas coisas em relação ao futebol", mas o castigo de 23 dias aplicado pelo Conselho de Disciplina obrigou o presidente a recapitular o que dissera há uma semana, antes de ser punido. "Ninguém se fez grande com base no insulto ou na arrogância, na perseguição ou na pequenez de carácter, e aqueles que acham que esse é o caminho que devem seguir vão acabar por ser vítimas da sua própria estratégia", atirou, sem nomear alvos, embora se perceba que os tiros são direcionados ao Sporting.
Cerca de meia hora antes, nos Paços do Concelho, Luís Filipe Vieira reagiu ao desafio do autarca ("o meu respeito por alguém que sabe ignorar provocações públicas", disse), Joaquim Batista, "com o discurso do silêncio". "Os benfiquistas são gente humilde e respeitam toda a gente. E respondendo ao presidente da Câmara, por vezes, a melhor resposta é o silêncio. Alegro-me por ter um Benfica solidário, com um futuro muito risonho, e outros projetos vão aparecer", garantiu, sendo ovacionado pelos muitos adeptos presentes.
Luís Filipe Vieira, apesar da satisfação pela liderança - falou antes do Sporting ter voltado ao topo à condição -, manteve-se cauteloso e reiterou o apelo à contenção. "Escolhemos um percurso para percorrer e não vão desviar-nos da nossa estrada. Temos muitas finais pela frente. O mais difícil é travar a euforia. Confio que os nossos atletas tudo farão para conseguir a outra final para sermos todos felizes", disse, seguindo depois para o Porto, onde pernoitou com a equipa.