Dividindo as 21 jornadas da Liga até agora disputadas em três partes iguais, os encarnados mais do que duplicaram a eficiência dos disparos relativamente ao primeiro terço. E com menos tentativas
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Os cinco golos festejados no Restelo com apenas 12 remates à baliza colocaram ainda mais o holofote numa eficácia dos bicampeões nacionais que já tinha expoente ainda mais elevado na ronda anterior - em Moreira de Cónegos, só quatro dos oito remates não deram em golo. E agora que é possível dividir as 21 jornadas disputadas na Liga em três partes iguais, é mais curioso constatar que, do primeiro terço para o último, a águia mais do que duplicou a eficácia dos seus disparos.
Nas primeiras sete jornadas, o emblema da Luz deu precisamente corpo ao arranque engripado, com uma eficácia remate/golo que se ficou pelos 14,3 por cento (ver quadro). E se Rui Vitória foi sempre insistindo no assimilar de "processos", a verdade é que, entre a 8.ª e a 14.ª rondas do campeonato já houve lugar a melhoria neste capítulo, com a subida para uma média de 21,2 por cento. Nos últimos sete compromissos, a diferença para a fase inicial é então bem evidente, com os encarnados a darem corpo a uma média de quase 30 por cento de eficácia (29,6), representando isto mais do dobro do verificado no início da caminhada pela defesa do bicampeonato.
E se até poderia ser expectável que o atual bom momento da equipa fosse acompanhado por um maior número de remates, a frieza estatística desmente tal cenário. Afinal, na primeira série de jogos em análise, o Benfica fez em média quase 15 remates (14,8) por jogo, e agora o número caiu para... 13. É precisamente este dado que dá ainda maior relevo ao afinar de pontaria, pois aqui fica patente a forma como os encarnados rematam agora bem mais pela certa. Quando a bola sai dos pés de um jogador do Benfica, a probabilidade de os adeptos se levantarem das cadeiras é agora bem maior do que no início da época, comprovando aquilo que tanto os intérpretes, como o próprio treinador, têm vindo a sublinhar nos últimos tempos: mais confiante, a equipa já assimila melhor as ideias de Rui Vitória, desperdiçando menos energia e ataques para chegar àquele que é, afinal, o principal objetivo do jogo. Numa altura em que o próximo embate é com o FC Porto, os atuais números dão confiança.