Braga 3-2 V. Setúbal | Piscarreta ligou o complicador

Sérgio Piscarreta viajou do Algarve até Braga para estragar um jogo de futebol. Não é fácil deixar toda a gente - treinadores das duas equipas, público... - insatisfeita com o trabalho de uma equipa de arbitragem, mas foi isso que aconteceu ontem. E com razão. Figura incontornável da partida, Piscarreta fez questão de se começar a assumir como protagonista quando, com o jogo ainda empatado (1-1), transformou um cabeceamento de Tiago Valente, na sequência de um livre direto de Josué, em penálti. Erro incrível.

Esse momento colocou os arsenalistas na frente do marcador e ajudou a desequilibrar ainda mais um jogo que, até aos minutos finais, praticamente só teve uma direção, a da baliza de Ricardo. Mas depois de ter feito uma asneira do tamanho de cinco girafas encavalitadas, Piscarreta (sim, o nome é para repetir) começou a distribuir cartões amarelos sem critério, num jogo que foi competitivo mas sempre leal - e até de fácil condução.

Há de haver sempre quem defenda, e na maior parte das vezes com razão, que é mais fácil descobrir os erros na televisão, mas, acreditem, ontem nem foi preciso uma para se perceber o descontrolo do árbitro algarvio. De tal forma que, já depois de Rafa ter feito o segundo da noite, o terceiro do Braga, e Costinha reduzido, Piscarreta ainda retirou do campo dois jogadores da equipa de Fonseca (Ricardo Ferreira e Vukcevic, que falham a meia-final da Taça da Liga com o Benfica), na clássica lei da compensação que, felizmente, há muito passou de moda.

Para além dos erros de Piscarreta, tudo o que sobrou foi um jogo em que o Braga, empurrado para imensa arte de Rafa, foi quase sempre superior: teve mais posse de bola, mais remates e mais jogadas de perigo. O V. Setúbal, que vai no 13.º jogo seguido sem vencer, defendeu-se com as armas que tinha e até podia ter empatado, que Arnold voltou a desperdiçar em cima do minuto 90.