Nathan Rooney, técnico que orientou o Larne contra o Santa Clara, está em viagem pelo nosso país, acreditando que pode ter carreira longa por cá, depois de uma breve experiência no Espinho.
Corpo do artigo
Defrontou o Santa Clara nas pré-eliminatórias da Liga Europa, no comando do Larne, da Irlanda do Norte, e ficou pouco tempo mais no cargo, estando a enriquecer-se de viagens a Portugal com vontade de poder encaminhar a sua carreira para estes lados, tendo na sua experiência um mês de trabalho no Espinho, na pré-época de 23/24. "A minha relação com Portugal sempre foi muito forte devido à minha paixão pelo futebol português. Depois de curto e forte verão a treinar o Espinho e, mais recentemente, a jogar contra o Santa Clara na terceira pré-eliminatória da UEFA Conference League, as minhas ambições de estar no futebol português nunca foram tão elevadas", garante o inglês, que começou por trabalhar na formação do Blackburn Rovers. "Depois destas duas belas experiências, tenho claro onde vejo o meu futuro e acredito que posso construir uma longevidade em Portugal, dentro e fora de campo", projeta Nathan Rooney, de 36 anos, partilhando tudo o que absorveu da recente experiência europeia. "Nos dois jogos com o Santa Clara fiquei satisfeito com o plano e pela forma como foi executado para competir contra uma equipa de classe europeia. Na primeira mão tivemos um período difícil de 12 minutos, inédito nas minhas equipas, e sofremos três golos. Aprendi pelo ritmo do Santa Clara, que nos devíamos ter preparado melhor com um terceiro central", recorda o técnico, que viu o Larne arrancar um nulo nos Açores. "Fiquei orgulhoso do plano e da forma como conseguimos criar oportunidades na segunda parte. Foi um prazer competir contra o Vasco Matos e partilhar a linha lateral com um técnico tão bom", credita.
"Gostei como competimos, atendendo às diferenças de nível do português/brasileiro para o jogador irlandês. Conseguimos entender da primeira para a segunda mão os pontos fortes deles, atacando melhor os espaços, em termos táticos e de gestão. Foi o jogo que me deu mais orgulho", admite.
Por tudo o que tem percecionado, pelos desafios que tem colocado, Nathan tem propósitos bem definidos. "O meu coração diz-me que treinar em Portugal tem de ser o próximo passo do percurso profissional. Fiz quase 20 jogos na Conference e nas pré-eliminatórias, ganhei conhecimento e experiência adequados para isso. E gostava muito de estar numa divisão já profissional de Portugal. Se a oportunidade surgir, regressarei imediatamente e tenho vontade de ficar por muito tempo. É onde vejo o meu trabalho de gestão mais salvaguardado", defende, apostado em transcender-se. É tempo de testar o meu modelo e conhecimento do que se faz na Europa, pisando, com sorte à mistura, os maiores palcos de Portugal. Sei como recrutar para desenvolver uma equipa jovem. Sigo a liga portuguesa, conheço os técnicos, realmente fortes taticamente, e os incríveis talentos que jogam aí. Quero fazer parte dessa liga maravilhosa rapidamente", documenta Rooney, explicando algumas viagens recentes.
"Vim de férias ao Algarve e volto para outras zonas do país. Aproveitei também para visitas culturais e para recarregar energias. Agora, ao voltar, vou tentar assistir ao máximo de jogos da Liga e Liga 2. Tenho um grande respeito pelo Vasco Matos, acho que é um dos próximos treinadores portugueses a chegar longe. São resultados incríveis e sustentados. Também sou fã do Mourinho pela forma como desenvolve os planos defensivos, como vira números contra si. Adoro a sua paixão, entusiasmo, com mais ou menos experiência, qualquer um deve cultivar isso", destaca, atento a méritos de outros na Liga Portuguesa.
"Estou a ver o bom trabalho de Cathro, recordo-me dele ser um jovem a treinar na Liga Escocesa. Isso mostra que Portugal é aberto a novas ideias, o que ajuda a produzir, a longo prazo, resultados realmente positivos", defende Nathan Rooney, não deixando de fora observações ao trabalho de Rúben Amorim. "Tem um percurso especial, recordo-o num curso nas Northern Islands. O seu trabalho é sempre mencionado aí. Admiro a sua confiança e sinto semelhanças porque ele é consistente, forte, confiante, gere os jogadores e defende as suas convicções. Acredita na qualidade de jogo e na entrega. Os resultados vão aparecer", sustenta o inglês, de 36 anos, descrevendo o que ficou guardado da sua efémera passagem por Espinho, estavam os tigres na Distrital. "Estavam numa divisão muito baixa, mas considero que o regime de treino, o plano de jogo, o modelo, reforçaram a minha convicção que posso competir na Liga Portuguesa e provar o meu valor. Ficaria também grato por alguma chance na Liga 2, onde sei que serei muito observado", elucida Rooney, cuidadoso na sua frescura mental.
"Tenho atualizado portfolio dos locais onde trabalhei. Mas gosto de viajar para manter um perfil e uma acuidade mental elevada. Agora estou empenhado em visitar o máximo de cidades em Portugal e também tenho uns dias a passar em Copenhaga."