Ministra da Cultura inglesa admitiu que punições, originadas pela guerra russa na Ucrânia, "têm um impacto direto" no clube. Magnata vê furado o plano de vender o emblema londrino
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O Chelsea, clube da Premier League, está impedido de vender bilhetes para jogos, negociar jogadores e o processo de venda foi suspenso na sequência das sanções anunciadas pelo Governo britânico ao proprietário, o russo Roman Abramovich.
A ministra da Cultura, Nadine Dorries, disse que o Chelsea ainda poderá jogar partidas e pagar aos funcionários, mas admitiu que as sanções "têm um impacto direto no Chelsea e nos adeptos".
"Temos trabalhado arduamente para garantir que o clube e o desporto nacional não sejam desnecessariamente prejudicados por estas importantes sanções. Para garantir que o clube possa continuar a competir e operar, vamos emitir uma licença especial que permitirá que os jogos sejam cumpridos, os funcionários sejam pagos e os titulares de bilhetes assistam aos jogos enquanto, crucialmente, Abramovich é privado de beneficiar da propriedade do clube", anunciou na rede social Twitter.
Abramovich tinha anunciado no início do mês que iria vender o clube campeão da Europa e do mundo de futebol, "devido à atual situação" em que a Rússia invadiu a Ucrânia, prometendo reverter os lucros para as vítimas do conflito.
Dorries admitiu que esta situação cria "alguma incerteza, mas o Governo trabalhará com a Liga e os clubes para permitir que o futebol continue a ser jogado, garantindo que as sanções atinjam os pretendidos".
O governo britânico anunciou, esta quinta-feira, novas sanções contra sete oligarcas russos, incluindo o dono do Chelsea, Roman Abramovich, e o antigo sócio, Oleg Deripaska, com o congelamento de bens e proibição de viagens.
Roman Abramovich, de 55 anos, tem participações na metalúrgica Evraz, na Norilsk Nickel e é dono do Chelsea FC desde 2003.
Em 2005, vendeu uma participação de 73% na petrolífera russa Sibneft à gigante do gás estatal Gazprom por 9,870 mil milhões de libras (11,770 milhões de euros) e o património líquido é estimado em 9.400 milhões de libras (11.200 milhões de euros).
"É um dos poucos oligarcas da década de 1990 a manter a proeminência sob [o presidente russo, Vladimir] Putin", vincou o Governo britânico. O visto de investidor no Reino Unido do russo expirou em 2018, ano em que obteve a nacionalidade israelita.