O alerta de Santos: "Estamos a falhar passes e receções desnecessariamente"
Selecionador nacional analisou a exibição de Portugal ante Israel em jogo de preparação para o Europeu, que terminou com triunfo português, evidenciando insatisfação pelas diferenças de ritmo, falta de acerto a endossar a bola e pelo rendimento tático do 4-4-2
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Notas sobre comportamento da equipa: "Não há muitas notas. Nos primeiros 20 minutos estiveram bem, com boa qualidade tática e técnica a nível coletivo, a equipa sempre bem colocada em campo, sem permitir que o adversário saísse a jogar, roubámos bolas com facilidade e criámos várias situações nos primeiros 20 minutos. Depois, até os 30 e poucos minutos, baixou o nível. A circulação de bola foi mais lenta, sem movimento de jogadores. Tocávamos e ficávamos, controlámos o jogo sem intensidade."
"Depois voltamos a cima nos últimos dez minutos e voltamos a estar ao nível inicial da primeira parte. A equipa soube pegar bem, forte, entrou pelos corredores e fez dois golos pela intensidade que colocou. Na segunda parte, alterei uma pouco a forma de jogar. Coloquei o André Silva mais perto do Ronaldo, o Bruno Fernandes à esquerda e o Bernardo Silva à direita com movimentos interiores, para os laterais subirem, mas o jogo foi sempre pouco fluido. Aí perdemos um pouco o critério sem bola, que até estávamos a fazer bem, não estando em boa ação de pressão... Começámos a deixar espaço para o adversário sair e tentar incomodar, o que conseguiu com relativo perigo até."
Abrimos muitos espaços, o que não pode ser, e esse é um dos aspetos a ponderar e a rever. Com a entrada dos últimos jogadores, nos últimos dez minutos, a equipa tentou acelerar o jogo, ser mais compacta... Aí mudei outra vez, ao chamar o Bruno e o Renato para jogar mais perto do João... A partir daí, passámos a ter melhor controlo do jogo e, por isso, tivemos oportunidades para fazer o golo. Houve coisas positivas, outras menos positivas. Mas a qualidade destes jogadores em termos coletivos tem de prevalecer na qualidade do passe. Acho que estamos a falhar passes e receções desnecessariamente. O que leva a que o jogo fique mais pastoso... A bola não consegue circular com fluidez, mas os jogadores querem muito fazer melhor e estaremos preparados para isso.
Onze parecido para defrontar a Hungria: "Não sei, se é esta ou outra. Vamos ver..."
Mais confiança num 4-3-3 ou 4-4-2: "O 4-4-2 da segunda parte não funcionou muito bem. Não quer dizer que não possa funcionar. Tenho jogadores para isso. Fiz essa modificação ao intervalo para não fazer mais tarde e o cansaço influenciar. Quer o Bruno Fernandes, quer o Bernardo Silva podem fazer zonas interiores e os nossos laterais aparecem bem no corredor. Hoje, as coisas não resultaram tão bem como esperava."