ZOOM - Nenhum clube inglês ultrapassa o Chelsea desde a chegada de Abramovich
ZOOM - O magnata russo Roman Abramovich, proprietário do Chelsea, completa hoje 52 anos de idade... cinco títulos nacionais, uma Liga dos Campeões, uma Liga Europa, cinco taças da Inglaterra, três taças da Liga e duas Community Shield. Desde que chegou a Londres, nenhum clube inglês ganhou mais títulos do que o dele. E há portugueses na história.
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Há 15 temporadas - desde junho de 2003 - à frente da gestão do emblema londrino, Abramovitch somou 17 títulos, com a particularidade de que os cinco campeonatos ganhos são tantos quantos os conseguidos pelo Manchester United (sobram os três do City e um do Leicester).
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Há algumas particularidades que se cruzam com trajeto do milionário russo, que em junho de 2003 comprou as ações a Ken Bates, que então rumou ao Leeds United. Desde logo essa competição a dois, entre os "red devils", mais habituados a ganhar de um século para o outro, e os "blues" que não conquistavam um título inglês há meio século.
Em maio de 2005, quase dois anos depois, após o primeiro título conquistado da era Abramovich, com José Mourinho na liderança da equipa, a maioria das ações do Manchester United foi adquirida pelo milionário americano Malcolm Glazer, que andava a comprar participações da sociedade futebolística desde 2003.
É impossível não ver aqui uma espécie de Guerra Fria ou adversidade levada a expoentes interessantes. Desde logo, o confronto desportivo e económico entre poderosos empresários da Rússia e dos Estados Unidos.
A seguir, e depois do velho preto e branco, as duas cores do antagonismo televisivo: o vermelho e o azul. E, neste particular, não deixa de ser curioso estar um russo à frente de uma equipa azul quando o azul é uma cor associada aos equipamentos dos atletas norte-americanos de várias modalidades, sendo o vermelho mais associado aos russos.
Mas voltemos ao futebol. O arranque de Abramovich é estonteante. Após um segundo lugar na Premier League e as meias-finais na Champions na sua primeira época, ruma à segunda com a aposta num treinador que andava nas bocas do mundo, graças às duas conquistas europeias em 2002-03 (Liga Europa) e 2003-04 (Liga dos Campeões). No vídeo abaixo podem recordar os momentos da chegada de Mourinho e a primeira vez que se afirma especial, dando origem ao famoso epíteto "Special One".
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Os então seis milhões de euros pagos aos portistas para libertarem Mourinho colocaram os treinadores de nível mundial ao nível das transferências dos melhores jogadores. O que repetiu em junho de 2011 com André Villas-Boas, da mesma precedência clubística. A conexão portuguesa, para além do mérito pessoal e desportivo dos vários contratados - e de jogadores também -, há que realçar a estreita colaboração do super-agente Jorge Mendes.
Abramovich venceu os campeonatos de 2004-05, 2005-06 e 2014-15 com Mourinho, 2009-10 com Carlo Ancelloti e 2016-17 com António Conte (dois italianos), a Liga dos Campeões em 2011-12 com Di Matteo (outro italiano) e a Liga Europa em 2012-13, com o espanhol Rafa Benitez, batendo na final o Benfica, por 2-1.
Desde as terras frias da ponta nordeste asiática
O trajeto adulto de Roman Abramovich, com dupla nacionalidade russa-israelita no passaporte, começa em 2000, com 24 anos, quando iniciou o seu cargo de governador de Chukotka, um território federal da Rússia situado no longínquo extremo oriental da Ásia, onde exerceu até 2008.
Das pequenas companhias criadas e legitimadas pela Perestroyka (liberalização socioeconómica que acontece imediatamente antes do fim da União Soviética) aos negócios de petróleo e derivados foi um passo rápido o gigantesco. Muito à custa da sua circulação próxima do poder, primeiro de Boris Yeltsin e depois do próprio Vladimir Putin.
Hoje, e segundo a revista Forbes, a sua fortuna está avaliada em 11,5 mil milhões de euros, cerca de seis por cento do Produto Interno Bruto de Portugal. É o 11.º da lista dos mais ricos da Rússia.
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As últimas notícias extra futebol sobre Abramovich dão conta de uma medida antirracista que o próprio quer ver implementada junto dos adeptos do Chelsea que revelaram comportamentos antissemitas, obrigando-os a ir ao antigo campo de concentração de Auschwitz, onde foram assinados muitos milhares de judeus, prisioneiros dos nazis na II Guerra Mundial.
Entretanto, há poucos dias, o Fisco francês bateu-lhe à porta por causo do Château de La Croe, na luxuosa zona de Cap d"Antibes, para reavaliar a sua propriedade para uns estrondosos 41 mil euros por metro quadrado.