Zelenski diz que a única pessoa que o pressiona é o "filho de seis anos", mas não consegue camuflar uma intrigante frase durante a conversação com Trump
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O estilo ligeiro e descontraído tem, provavelmente, muito pouco a ver com a postura dos seus antecessores, mais rígidos e militarizados. Volodymyr Zelensky é um presidente "light", que saltou da ficção para a realidade, surpreendendo - e porque não fazendo corar de vergonha - a ala mais conservadora da classe política ucraniana, ultrapassada por um comediante. Houve muita gente a roer-se de inveja quando o protagonista do êxito televisivo "Ao Serviço do Povo" venceu as eleições com maioria, tendo o seu partido, Servidor do Povo (que coincidência!), ocupado o maior número de cadeiras no parlamento ucraniano.
Na "Sitcom", Volodymyr Zelensky fazia de professor de história de uma escola secundária, que se torna num herói das massas depois de fazer um discurso contra a corrupção ucraniana. Zelensky tinha por hábito ridicularizar a classe política nos seus programas. Além de ator/comediante também era guionista, argumentista e diretor cinematográfico.
Filho de judeus, o jovem (42 anos), nascido no sudoeste da Ucrânia e formado em direito, dispensou os discursos e apoiou-se na redes sociais para fazer chegar mais longe a sua mensagem durante a campanha eleitoral.
Filho de judeus, o jovem (42 anos), nascido no sudoeste da Ucrânia e formado em direito, dispensou os discursos e apoiou-se na redes sociais para fazer chegar mais longe a sua mensagem durante a campanha eleitoral. A estratégia não poderia ter dado melhor resultado: bateu a concorrência em maio de 2019, com 73% dos votos na segunda volta.
Comparado com o antigo presidente norte-americano Ronald Reagan, também ator, Zelenski nunca foi além do que era necessário nas palavras. No discurso de vitória, após as eleições, prometeu "não estragar tudo" aos 42 milhões de habitantes do seu país. Os mesmos que o ouviram dizer recentemente que irá oferecer um milhão de dólares (mais de 900 mil euros) de recompensa aos cientistas do seu país que conseguirem desenvolver uma vacina contra o novo coronavírus.
Elegante e disponível no contacto com a comunicação social, detém, de acordo com a agência nacional ucraniana, o recorde da mais longa conferência de imprensa da história ucraniana: 12 horas.
Elegante e disponível no contacto com a comunicação social, detém, de acordo com a agência nacional ucraniana, o recorde da mais longa conferência de imprensa da história ucraniana: 12 horas.
Elegante e disponível no contacto com a comunicação social, detém, de acordo com a agência nacional ucraniana, o recorde da mais longa conferência de imprensa da história ucraniana: 12 horas. Vários jornalistas estiveram à conversa com o presidente na mesa de um restaurante de fast food. Zelenski respondeu a tudo, inclusive a uma mancha difícil de apagar neste curto percurso, a conversa telefónica com Donald Trump, que resultou no pedido de destituição - Impeachment - do líder americano.
Este processo pretende demonstrar se o presidente norte-americano pressionou Zelenski a investigar o seu adversário político Joe Biden (ex-vice de Barack Obama), candidato pelos democratas às eleições presidenciais de 2020, bem como o seu filho e as ligações deste à empresa de gás ucraniana Burisma.
Zelenski disse que a única pessoa que o pressiona é o "filho de seis anos", mas não consegue camuflar uma intrigante frase durante a conversação com Trump: "Seremos muito sérios sobre o caso...".
Resta saber se, nesta trama, participou o presidente ucraniano eleito em maio ou o protagonista da sitcom "Ao serviço do Povo".