"Os suplentes com máscaras e a dois metros de distância. O risco aumenta no banco?"
Didier Deschamps não entende o regresso do futebol.
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O selecionador de futebol da França, Didier Deschamps, criticou o regresso das ligas profissionais em países como Espanha, Alemanha e Inglaterra, considerando que este se deve a razões economicistas e não desportivas.
Em entrevista ao jornal Le Parisien, Deschamps afirma que as partidas disputadas na Liga alemã, após a paragem devido à pandemia de covid-19, "[apenas] se parecem com futebol" e deixam uma imagem "incoerente".
"Vejo jogadores a disputarem uma partida com todo os elementos próprios do futebol: os contactos e as disputas de bola. Depois, olhamos para o banco e vemos os suplentes com máscaras e a dois metros de distância uns dos outros. Sinceramente, não percebo. O risco aumenta no banco? Que incoerência", sustenta.
O selecionador, que dois anos depois de perder o título de campeão europeu para Portugal levou a França ao título mundial, refere que o regresso das competições "responde, em primeiro lugar, a uma problemática económica". "Espanha e Inglaterra, dois dos grandes países do futebol, estão a planear o regresso à competição, porque estas [ligas] geram muitas receitas, mas a Inglaterra decidiu não retomar a liga feminina. Está tudo dito", refere.
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O antigo internacional gaulês defende a decisão do governo francês de cancelar a Liga de futebol, tal como sucedeu nos Países Baixos, Bélgica e Escócia, e elogia a postura do presidente da federação do seu país, Noël Le Graët.
Didier Deschamps mostra-se também preocupado com a integridade física dos jogadores, que "em alguns casos vão disputar jogos de três em três dias, e aumentar o risco de lesões".