"Treinadores estrangeiros no Brasil? O Jorge Jesus pediu um telão e acharam bonito..."
Declarações de Roger Machado, treinador do Internacional de Porto Alegre, após o empate 1-1 com o Flamengo, na noite de sábado, a contar para a primeira ronda do Brasileirão. O técnico foi questionado em conferência de imprensa numa altura em que se fala da possibilidade de Jorge Jesus vir a ser selecionador do Brasil
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O que disse Roger Machado: "Não sou contra estrangeiros, mas gostaria de ver reciprocidade. Para chegar ao mercado exterior, cobram-me 60 meses de treino na primeira divisão do Brasil. Não se vê a mesma política aqui no Brasil. E isso acaba por desequilibrar a disputa em função dessas vagas. Aos estrangeiros, por virem com cultura diferente, deram a oportunidade de ficar mais tempo no cargo. A mim, brasileiro, davam quatro jogos. O mercado é igual e se estenderam para a gente, não se fica seis jogos sem vencer. Os estrangeiros foram importantes e são porque quebram algumas conservas culturais que nós brasileiros não conseguimos quebrar, porque o ambiente externo não permite. O Jorge Jesus pediu telão [ecrã gigante] no estádio e acharam bonito, se eu peço uma televisão de 42 [polegadas] sou o professor pardal. Este ano foi primeira vez que eu trabalhei no mesmo dia do jogo no Estadual, um jogo à noite. Há cinco anos, eu seria inventor. Mas faz-se há 20 anos lá fora. Por isso aprecio a vinda dos bons treinadores (estrangeiros), mas que não se desconsidere o que se tem em casa."
Roger Machado revelou que prefere um brasileiro a orientar a canarinha: "Quem fala (de estrangeiro na seleção) é o ambiente externo. Em 2014, depois do 7-1 [contra a Alemanha], eu estava acomodado na minha função de auxiliar. Quando a gente perdeu, o ambiente era que os treinadores mais velhos não serviam. Que tinha que renovar (a classe). Entendi aquele momento e saí para me lançar como treinador, tinha 38 anos. Muitos fizeram o mesmo caminho, alguns permaneceram. Passarem a desejar o estrangeiro não vem do nada. Não fomos nós que pedimos estrangeiros. Eu gostaria de ver brasileiro, mas não sou contra (estrangeiros). Estivemos em outras seleções também. O mais antigo é que já não servia, então vieram os treinadores mais novos. Os mais novos não serviam, então vieram os estrangeiros. Como treinador, pauto para fortalecer a minha categoria. Com atualização, informação, conhecimento, isso não nos falta. Não devemos nada para treinadores de outro países."