Payam Niazmand, guarda-redes internacional iraniano, quase exigiu a continuidade do técnico algarvio, que chegou ao país com Toni e já vai na sexta época por lá
Corpo do artigo
Cinco jogos e a baliza a zeros. É esta a folha de registo do guarda-redes Payam Niazmand, do Sepahan, do Irão, cujo treinador é o português Rui Tavares, já conhecido no futebol daquele país como o "special one" no treino dos guardiões.
. Rui Tavares está feliz no Irão, mas ambiciona um projeto de maiores dimensões
"Felizmente, as coisas têm corrido muito bem nesta caminhada bastante difícil. O trabalho é reconhecido por todos e, em especial, pelos meus guarda-redes, e isso é o mais importante para mim", refere o algarvio de 40 anos.
Em relação a Niazmand, um jovem de 24 anos internacional pelo Irão, apelida-o de "fantástico, sempre disponível para ouvir e, acima de tudo, sempre pronto para melhorar as suas ações". O segredo, prossegue, "é o compromisso e o respeito mútuo": "Ele quer ser melhor e eu quero que ele seja o melhor."
O Sepahan vem de uma vitória (2-0) em casa do campeão Persépolis, algo que não conseguia há seis anos, na sequência do bom arranque da época, que coloca a equipa de Rui Tavares no 1.º lugar, em igualdade pontual (11) com o Tractor. "O campeonato é muito competitivo e a ideia é fazer o melhor possível, mas o sonho de ser campeão está sempre presente e vamos à luta até ao fim", diz o técnico, cujo primeiro clube no Irão foi precisamente o Tractor, integrando a equipa técnica de Toni.
Esta é a sexta temporada no país e a segunda no Sepahan. "Só decidi continuar depois de falar com a família. Sinceramente não me sinto em casa. Quem passa por esta experiência é que sabe dar-lhe o devido valor, já que é muito duro passar dias e dias sem a família por perto."
11357800
A renovação com o Sepahan, aliás, fê-lo andar de "cabeça à roda", porque, para além da distância, teve outros convites, como os do Tractor e do Persépolis. "Era o futuro que estava em jogo. Optei por renovar por ter uma excelente relação com o míster Amir Ghalenoei, com quem já trabalho há quatro épocas. A cidade [Isfahan] é boa, o clube oferece excelentes condições e o meu guarda-redes ligava-me todos os dias a pedir para voltar", justifica o português, que, carinhosamente, trata Niazmand por "o meu menino".
Feliz por sentir que o seu trabalho é também reconhecido pela crítica e até pelos adversários, Rui Tavares aguarda por novos desafios. "Gostava de integrar um projeto de dimensões diferentes e de evoluir mais. Já esteve próximo e vou continuar a batalhar, até porque no futebol, às vezes, basta um segundo para tudo mudar."
Esta é a sexta temporada no país e a segunda no Sepahan
Payam Niazmand, de 24 anos, é internacional sub-23 do Irão e mede 1,93 metros. Segundo o "Transfermarkt", tem contrato por mais uma época e está cotado em 900 mil euros. A avaliar pelas palavras elogiosas de Rui Teixeira, e atendendo ao preço, poderá vir ser tema de conversa entre responsáveis por clubes lusos.
"Avançados iranianos em Portugal têm muita qualidade"
Taremi e Mohammadi, avançados iranianos, chegaram esta época ao futebol português. O primeiro joga no Rio Ave e marcou quatro golos em cinco jogos, enquanto o segundo alinha no Aves e apontou três golos. "São jogadores de muita qualidade que, não tenho dúvidas, acrescentam valor à I liga portuguesa. Conheço-os bem e sei a dor de cabeça que causam às defesas adversárias. Ambos transmitem poder de fogo às respetivas equipas", garante Rui Tavares, nada surpreendido com a afirmação desta dupla.
Aliás, na temporada passada Mohammadi (atuou no Sepahan. "Gostei de trabalhar com ele, é um bom profissional. Num futuro próximo, creio, mais iranianos podem singrar em Portugal e mesmo na Europa. O meu menino Payam Niazmand, por exemplo, é um jovem com margem de progressão e já foi abordado, mas tem contrato por mais uma época com o Sepahan."