Treinador francês condenado por insulto racista em conferência de imprensa

Bernard Casoni, antigo internacional francês, foi condenado pelo Tribunal Penal de Orleães a uma multa de 25 mil euros, dos quais 15 mil foram suspensos, devido a um insulto de caráter racista que fez enquanto treinador do Órleans, clube da terceira divisão daquele país, em setembro de 2023. 

De acordo com a rádio RMC Sport, o ex-central, campeão europeu pelo Marselha em 1993, foi condenado por uma injúria que fez numa conferência de imprensa, na qual defendeu que os seus jogadores não eram “mais estúpidos do que os magrebinos”. 

Mais tarde, Casoni, que treina atualmente o Sporting Club de Gagnoa, na Costa do Marfim, justificou esse comentário dizendo que estava a falar de princípios de jogo e não sobre a inteligência de jogadores oriundos de países do norte de África. 

Ainda assim, o técnico não escapou a uma coima e, depois de não ter comparecido na sessão que determinou a sua sentença, o seu advogado confirmou que irá apresentar recurso. Refira-se que Casoni arriscava uma pena máxima de um ano de prisão e ainda uma multa de 45 mil euros. 

“O meu cliente não aceita a condenação porque nega ter feito comentários racistas. Isso não se enquadra no seu percurso pessoal e profissional de antigo jogador e educador, nem na sua história e valores familiares”, declarou Emmanuel Daoud, à saída do tribunal. 

Para além deste caso, a imprensa francesa revelou que o treinador já motivou outras polémicas relacionadas com comentários racistas no Órleans, havendo relatos de que tenha dito frases como “Eles não precisam de usar casacos, já são pretos” durante um treino ou “Isso é um peido preto”, após um jogador se ter peidado no balneário. 

Terá ainda pedido ao departamento de scouting do emblema para “branquear” o plantel, o que terá contribuído para a sua demissão naquele ano, ao fim de apenas dez jogos, dos quais venceu cinco. 

Tendo cumprido toda a carreira em França enquanto jogador, Casoni tem viajado pelo mundo desde que transitou para os bancos, treinando na Tunísia, Hungria, Argélia, Catar, Marrocos e agora na Costa do Marfim, para além de no seu país. Chegou ainda a ser selecionador da Arménia.