Toti Gomes: "Vindo de Benfica, FC Porto ou Sporting já tens um nome diferente"
ENTREVISTA - Produto da formação do Estoril, Toti considera que só "trabalhando muito" é possível atingir um nível de notoriedade. Passagem pela Suíça "foi a melhor decisão" que tomou e está agora a colher frutos.
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Sair de um dos "berços de ouro" do futebol português facilita, mas não tem de ser decisivo. Essa é a visão de Toti, que saltou do Estoril para Inglaterra, com uma passagem pelos suíços do Grasshoppers pelo meio.
Os Wolves contrataram-no em 2020, após fazer apenas três jogos pela equipa principal do Estoril...
-Eu fazia parte dos sub-23 do Estoril, mas treinava sempre com a equipa principal. Pude estrear-me e fazer os últimos três jogos, na altura na II Liga. Ao começar a época seguinte, tive o azar de sofrer uma lesão num joelho que me obrigou a parar sete ou oito meses. Quando recuperei, ainda joguei na Liga Revelação para ganhar ritmo, só que o campeonato foi interrompido por causa da covid-19. No verão [de 2020] apareceram os Wolves e foi uma oportunidade que não podia deixar fugir. Sabia o que tinha passado, foram muitos altos e baixos, e segui emprestado para o Grasshoppers, da Suíça. Acho que essa foi a melhor decisão da minha vida, fez-me crescer muito. Na altura, não sabia se estava preparado para o nível da Premier League. Ajudou-me a evoluir.
E em janeiro de 2022 volta a Inglaterra...
-Foi tudo muito rápido. No início, só era suposto voltar ao Wolverhampton para treinar, porque a Liga suíça estava parada, por ser inverno. Mas as coisas começaram a correr muito bem e o míster Bruno Lage sentiu-se confortável para me meter a jogar. Achou que estava pronto e eu sentia o mesmo. Felizmente, as coisas correram bem na estreia.
É mais difícil para um jogador que não se formou nos grandes afirmar-se?
-Diria que sim. Vindo de Benfica, FC Porto ou Sporting já tens um nome diferente, estás num patamar acima. Não há como fugir a isso. Mas, tendo aquela estrelinha e trabalhando muito, a origem deixa de contar tanto. Se trabalhares muito, chegas lá. Não é por vires de um dos grandes, disso não tenho dúvidas. O trabalho que metes em campo é que conta.
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Diego Costa brinca, mas também puxa
Quem é o jogador mais brincalhão do balneário do Wolverhampton?
-Há muitas personalidades, não só entre os portugueses, mas também os brasileiros, os ingleses... Mas há um que se destaca: o Diego Costa. Não há como fugir. O que ele trouxe à equipa foi muito positivo, a experiência que tem e a presença no balneário. É muito brincalhão, mas puxa muito por todos nós. A mentalidade dele é muito boa. E já conhecia o Chiquinho e o Matheus Nunes do Estoril. Somos todos uma família, organizamos uns jantares e umas atividades.