Paulo Fonseca confidencia a O JOGO algum desencanto com o futebol português.
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Técnico é muito crítico quanto ao clima que grassa em torno da arbitragem em Portugal.
Justifique, de certo modo, um desencanto com o futebol em Portugal?
-Há algo impossível de não observar, que são as arbitragens. Quero dar um contributo sobre isso por conhecimento de causa. As diferenças para Itália e França, em como o setor é tratado, são gritantes. Não há comparação! Vejo países que permitem aos árbitros exercerem serenamente a sua profissão. Eu no dia do jogo nem sei quem é o árbitro, não tenho essa preocupação. Não existem programas, pressões e o terrorismo, que é a palavra exata do que vejo em Portugal. É desumano e acho que tem vindo a piorar. Vejo árbitros portugueses nos jogos europeus e nada tem a ver. Tive o Luís Godinho contra o Rijeka, veio confiante e fez um excelente trabalho. Tudo altamente tranquilo. França e Itália criam condições, Portugal é, exatamente, o contrário.
Isso contribui para não querer voltar?
-Não tenho grande apetite por estes palcos, é uma coisa que me deixa muito desgostoso. Aqui, os árbitros passam despercebidos, não são prato forte das notícias, tanta gente sentada a ver se acertou ou errou. Temos árbitros de qualidade, mas sofrem de autêntico terrorismo em Portugal. Gabo-lhes a coragem, porque o jogo no nosso País não é só nas quatro linhas. Acredito que isso acontecesse em França ou Itália, eles paravam e exigiam outras condições.
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