"Sou muito melhor treinador, mas sou pior pai, pior tio, pior filho, pior irmão..."
Abel Ferreira, treinador português do Palmeiras, abordou a mudança para o clube brasileiro no ano passado, com a crença de que iria alcançar sucesso desportivo
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Abel Ferreira proferiu, durante a conferência de Imprensa de rescaldo à conquista da Taça Libertadores, um discurso emotivo quando assumiu os contras a nível pessoal e familiar, e como isso o afetou emocionalmente, face à mudança para o Brasil para prosseguir a carreira de treinador principal.
"No futebol ninguém ganha sozinho. É verdade que hoje sou muito melhor treinador, mas sou pior pai, pior tio, pior filho, pior irmão porque deixei a minha família lá [em Portugal]. Vocês não sabem a quantidade de vezes que chorei sozinho de saudade, ao deitar-me na travesseira à noite. Saí do campo após a final para ninguém me ver a chorar porque é muito difícil... Sou uma pessoa de família, adoro as minhas filhas e a minha esposa. Atravessei o [oceano] Atlântico a acreditar em algo antes de ela acontecer, contra todas as previsões. Fui para um clube que tinha a certeza que me podia proporcionar a conquista de títulos. Mas sou pior pai, pior irmão, pior tio... Há algo que temos que sacrificar em prol da nossa profissão", referiu Abel Ferreira.
O técnico português, de 42 anos de idade e que conquistou o primeiro título na carreira em termos profissionais, ingressou no Palmeiras em 2020, após duas épocas consecutivas ao serviço dos gregos do PAOK.