BRINCA NA AREIA >> Mas já que estamos a falar de expressões fiquemos por esta: "jogámos como nunca, perdemos como sempre".
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Sempre abominei a expressão "ingenuidade africana" que, velada, continua a estar sempre presente no léxico da velha escola de comentadores.
Puxando dos galões de campeão continental, o Senegal mostrou toda a qualidade que já tinha exibido na CAN frente a uma das equipas europeias que tinha viajado para o Catar com o rótulo de "outsider" colado na camisola laranja. Durante grande parte do encontro, os Leões de Teranga controlaram as "motas" neerlandeses, ditaram a sua lei no meio-campo e construíram belas jogadas às quais só faltou um pormaior: o infeliz Sadio Mané, o herói silencioso da população de Bambali.
Mas já que estamos a falar de expressões fiquemos por esta: "jogámos como nunca, perdemos como sempre". Quando o cenário parecia favorável para o derradeiro ataque à baliza dos Países Baixos, as mesmas mãos que seguraram uma Champions ao Chelsea chegaram atrasadas ao duelo com Gakpo. O olhar de Mendy a ver a bola alojar-se nas redes é de partir o coração e representa a frustração de um continente farto de ser castigado ao mínimo erro.