"Se continuo no Brasil? Tenho de perguntar à minha mulher, ela é que manda"
António Oliveira, treinador do Cuiabá, ainda não sabe se irá continuar no país na próxima temporada. Confiança não falta ao técnico para os dois últimos jogos do Brasileirão, decisivos para a permanência - o primeiro já amanhã diante do Atlético Mineiro. "Temos dois "match- points"", atira.
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Liderado por António Oliveira, o Cuiabá luta com todas as armas para continuar na principal divisão do futebol brasileiro. A duas jornadas do fim, a equipa ocupa a 16.ª posição, com mais quatro pontos que o Atlético Goianiense e o Ceará, ambos em zona de despromoção.
Na próxima ronda, já na quinta-feira, a equipa de António Oliveira recebe o Atlético Mineiro. Um triunfo contra Hulk e companhia resolve o problema e garante no imediato a presença na próxima edição da prova. Na 38.ª jornada, a última, recebe o Coritiba.
O momento é delicado e obriga a pegar na calculadora, mas António Oliveira aborda com serenidade esta etapa, garantindo que a equipa está preparada para o jogo, que pode ser decisivo. "Temos dois "match- points" e tenho a certeza de que todo o esforço vai valer a pena. Acredito que poderemos resolver a questão no imediato", referiu o técnico em declarações a O JOGO.
O treinador português sempre soube que não teria uma tarefa fácil nesta sua segunda passagem pelo Brasileirão. "Os projetos são todos desafiantes. Se fosse fácil não era para mim... Gosto de desafios, sabia do potencial da equipa e confio nas pessoas que trabalham comigo. Apesar de termos recursos reduzidos, conseguimos fazer muito", acrescentou, remetendo decisões sobre o seu futuro para mais tarde. "Não quero ser como o Vítor [Pereira], de quem gosto muito, mas tenho de perguntar à minha mulher porque ela é que manda, ela e o meu representante". Certo, é que António Oliveira pretende assumir um projeto com outras características. "Quero um projeto que dê prioridade a títulos", admitiu.
A primeira experiência de António Oliveira no Brasil foi ao serviço do Santos, como auxiliar de Jesualdo Ferreira. Mais tarde voltou a cruzar o Oceano Atlântico para dirigir o Athletico Paranaense, tendo ajudado a equipa a atingir metas importantes na sua história.
"Fiz parte desse caminho, onde se criou estabilidade para atingir as metas que foram atingidas".
Antes de aceitar o desafio lançado pelo Cuiabá, ainda orientou o Benfica B durante 17 partidas, mas deixou sempre claro que estava de passagem.
Aos 40 anos, o técnico quer dar outra dimensão à sua carreira, dizendo-se preparado para dar o "salto".