Scolari joga hoje a final do adeus e vai em busca do último troféu da carreira
Felipão já avisou que o mais certo é deixar de treinar no fim do ano, pelo que pode ser o seu último troféu. De um lado está o Flamengo, treinado por Dorival Júnior, que sucedeu ao português Paulo Sousa; do outro, ao comando do Athletico Paranaense, está um outro velho conhecido dos portugueses.
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Com capacidade para pouco mais de 57 mil espetadores, o Estádio Monumental de Guayaquil, no Equador, será este sábado (21h00) palco de mais uma edição da final da Taça dos Libertadores, o troféu mais desejado da Conmebol. Frente a frente vão estar as formações brasileiras do Flamengo e do Athletico Paranaense, treinadas, respetivamente, por Dorival Júnior, que em junho substituiu o português Paulo Sousa, e Luiz Felipe Scolari, antigo selecionador de Portugal.
Para o "Sargentão", que no Campeonato do Mundo de 2002 (realizado na Coreia do Sul e no Japão) levantou os seis quilos de ouro de 18 quilates do troféu mais apetecido do planeta, quando a seleção canarinha conquistou a prova, esta poderá ser a última grande oportunidade de conquistar mais um título internacional, e fechar, com chave de ouro, uma carreira recheada de sucesso e conquistas. Isto porque Felipão, como também é chamado, revelou recentemente o desejo de colocar, no final da presente temporada, um ponto final na carreira de treinador, embora sublinhasse a vontade de continuar ao serviço do clube como diretor técnico.
Scolari já conquistou a Libertadores em duas ocasiões. A primeira delas ao serviço do Grémio, em 1995, frente aos colombianos do Atlético Nacional, e a segunda, quatro anos depois, novamente frente a uma equipa colombiana, o Deportivo Cali, mas aqui defendendo as cores do Palmeiras. Caso consiga hoje conquistar o seu terceiro troféu, Felipão alcançará um feito inédito para o Athletico Paranaense, que vai estar pela segunda vez numa final, depois de ter perdido a primeira em 2005, para o São Paulo.
Na antevisão do encontro, Luiz Felipe Scolari atribuiu o favoritismo ao Flamengo, mas lembrou que, sendo a final disputada num só jogo, a história pode ser diferente. "Não existe um favoritismo total. Se fosse em dois jogos, poderia ser diferente. Se nos soubermos comportar com qualidade e simplicidade, podemos complicar o jogo e sair com o título. Sabemos que o Flamengo é favorito e tem capacidade e qualidade, mas nós também temos e, desde que façamos aquilo que sempre fizemos na Libertadores, teremos hipótese de vencer", afirmou.
Quanto ao Flamengo, esta será a terceira final dos últimos quatro anos. O clube carioca conquistou o troféu pela última vez em 2019, frente ao River Plate, sob a batuta do treinador português Jorge Jesus, e perdeu na época passada ante o Palmeiras, liderado por outro português, Abel Ferreira, que ainda está no cargo. Ao todo, o "Mengão" soma dois títulos da Libertadores e hoje pode conquistar o terceiro.
Gabriel Barbosa, um dos mais importantes jogadores da formação rubro-negra, fará a terceira final, todas pelo atual clube. Foi decisivo ao apontar os dois golos que valeram ao clube do Rio de Janeiro a conquista da última Taça dos Libertadores (2019), com Jorge Jesus ao comando, e também marcou na época passada, na final perdida para o Palmeiras.
Gabigol, como é carinhosamente apelidado pelos adeptos, teceu rasgados elogios ao treinador Dorival Júnior, afirmando que, mais do que ninguém, o atual técnico do Flamengo merece conquistar o troféu. "O Dorival é para mim um dos melhores treinadores brasileiros. Conhece-me como ninguém e fiquei muito feliz quando chegou. É um grande treinador e uma grande pessoa. Tem trabalhado muito e se há alguém que merece o título é sem dúvida ele", afirmou o avançado de 30 anos que esta época soma 28 golos em todas as competições.
Pouca procura acaba em ofertas na Casa dos Adeptos
Face à fraca procura por bilhetes, a Conmebol tem-se esforçado para dar outro colorido ao Estádio Monumental. Nesse sentido, foram promovidas múltiplas ações, nomeadamente a distribuição de ingressos junto às entradas da "Embajada Del Hincha" a casa dos adeptos, promovida na cidade pela Conmebol. Outra, foi um torneio entre adeptos locais, de várias idades e géneros, valendo às equipas vencedoras ingressos para a final. Ainda assim, são esperados 40 mil pessoas no recinto.
Está muito dinheiro em jogo
Flamengo ou Athletico Paranaense: um deles vai regressar do Equador com os cofres bem recheados. Para além do magnifico troféu, criado em 1959, na Ourivesaria peruana "Camusso", em Lima (após um pedido do Teófilo Salinas, dirigente peruano da Conmebol), o vencedor encaixa cerca de 16 milhões de euros, cabendo ao finalista vencido a quantia de 6 milhões.