Scaloni defende jogadores do Uruguai: "Ninguém normal atuaria de outra forma"
Selecionador argentino reagiu às cenas violentas entre jogadores do Uruguai e adeptos da Colômbia no final do jogo entre ambas as seleções, nas meias-finais da Copa América
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Um dia antes da final da Copa América, entre a campeã em título Argentina e a Colômbia (madrugada de domingo, à 1h00), Lionel Scaloni, selecionador argentino, reagiu à violência entre jogadores do Uruguai e adeptos colombianos no final da partida entre ambas as seleções, nas “meias” do torneio, deixando um apelo para que esse cenário não se repita.
“É claro o que aconteceu e amanhã terá de ser uma festa. Para além da alegria de poder ganhar um título, seria uma alegria se tudo acabasse bem. As imagens foram muito tristes e todas as pessoas que viram... Nós tivemos algo parecido no [estádio] Maracanã [num jogo frente ao Brasil], com famílias ali e nós tivemos de nos meter nos balneários. Foram imagens muito feias, não sei se é de culpar alguém, mas veres a tua família no meio de um tumulto que pode estar perto... Deve ser desesperante”, começou por comentar, em conferência de imprensa de antevisão à partida.
“Há que olhar para isto, nós pedimos aos jogadores para que sejam um exemplo, mas, quando acontece algo assim, ninguém normal atuaria de outra forma. Espero que não aconteça amanhã, que os adeptos façam uma festa e desejo de todo o coração que todas as famílias e amigos estejam nas bancadas sem pensarem em que algo possa acontecer. Temos de aprender de uma vez por todas, queremos que tudo acabe bem e quero transmitir essa tranquilidade. As imagens parecem de há 50 anos e isso a mim preocupa-me para amanhã”, admitiu ainda.
Recorde-se que o ex-Benfica Darwin Núñez, Ronald Araújo e José Giménez, entre outros jogadores uruguaios, subiram às bancadas para se envolverem em cenas de pugilato com adeptos da Colômbia, após a derrota por 1-0 ante os cafeteros, nas meias-finais da Copa América.
Giménez garantiu, após os incidentes, que as famílias dos jogadores uruguaios nas bancadas estavam “em perigo” devido às ações de alguns adeptos colombianos. Antes da quezília com os adeptos e após a partida eclodiu também uma rixa violenta entre jogadores das duas equipas no centro do campo.
O presidente da Associação Uruguaia de Futebol (AUF), Ignacio Alonso, corroborou da versão de José Giménez e assegurou que os jogadores “foram simplesmente proteger as suas famílias” nas bancadas do estádio.
De resto, o incidente está a ser alvo de um inquérito da CONMEBOL, que pretende "elucidar a sequência de factos e responsabilidades dos envolvidos".