Prevalecendo a lógica de Fernando Santos, ou seja, entregando a baliza em jogos a sério ao mais habitual de todos, então Rui Patrício será o sétimo a atingir a centena de internacionalizações
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Apenas seis futebolistas portugueses lograram ultrapassar a centena de vezes que vestiram a camisola da principal seleção. Mas, no Portugal-Luxemburgo de terça-feira, a disputar no Algarve e a contar para o Grupo A de qualificação para o Mundial"2022 do Catar, poderá esse conjunto ser aumentado com a entrada de Rui Patrício nesse lote de elite.
O guarda-redes, que atua na Roma (Itália), deverá ser titular e, assim, juntar o seu nome aos de Cristiano Ronaldo (o mais internacional de Portugal e da Europa: 181), João Moutinho (139), Figo (127), Pepe (121), Nani (112) e Fernando Couto (110). De resto, já é o guarda-redes português com mais internacionalizações, à frente de Vítor Baía (80) e Ricardo (79), ambos já retirados.
Uma marca que faz brilhar ainda mais um percurso que, desde muito cedo, já ostentava as cores de Portugal. É que, a 11 de dezembro de 2003, Patrício, então na formação do Sporting, envergou a camisola das Quinas pelo combinado sub-16, com 15 anos e 10 meses de idade. Cumpriu, de enfiada, os seis escalões até à formação AA.
"Pegou de estaca" e é o titular indiscutível, sobretudo desde a chegada de Fernando Santos, que não prescinde dele nem lesionado, conforme aconteceu em março, após uma lesão contraída ao serviço do Wolverhampton. Durante o encontro com o Liverpool, Patrício chocou de cabeça com um colega da defesa e saiu de maca. Na semana seguinte, o selecionador chamou-o aos trabalhos, mas justificou-o: "Foi-nos dito que está estável, perfeitamente normal. Vai seguir um protocolo durante dois ou três dias, mas que não há impedimento para ser convocado".
Com 33 anos de idade, este natural de Leiria, que ingressou no Sporting (sub-15) em 2001 (há 20 anos), é um dos campeões da Europa de 2016. Carrega a experiência das lutas pelo título em Portugal, da dimensão da Premier League (três épocas ao serviço dos Wolves) e, agora, a exigência da Serie A italiana e do comando de José Mourinho.
Estreou-se na goleada frente à campeã Espanha
A aventura de Rui Patrício nos AA de Portugal começou a 11 de novembro de 2010, no sensacional 4-0 com que a Seleção, ainda comandada por Paulo Bento, brindou uma Espanha carregada de estrelas, como Casillas, Piqué, Puyol, Sérgio Ramos, Busquets, Xavi, David Silva e Iniesta.
Rendeu Eduardo ao intervalo, estava o combinado luso a ganhar 1-0 (golo de Carlos Martins), e aguentou a baliza a zeros até final, contra um conjunto de galácticos, acabadinhos de se sagrarem - quatro meses antes - campeões do mundo na África do Sul. E que, convenhamos, vinham ainda com as faixas de melhores da Europa, dois anos antes.