Rony, figura do Palmeiras: os elogios a Abel, os três grandes em Portugal e o ídolo Ronaldo
ENTREVISTA >> Rony, avançado do Palmeiras, tem sido uma das figuras da equipa na caminhada até à final da Taça Libertadores e falou a O JOGO, depois do sofrido apuramento frente ao River Plate
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Ronielson da Silva Barbosa, conhecido no mundo do futebol simplesmente por Rony, é por estes dias uma das principais figuras do Palmeiras. Aos 25 anos, o atacante que chegou do At. Paranaense há um ano, a troco de 6 M€, demorou a mostrar o seu valor no Verdão, mas ganhou protagonismo desde a chegada de Abel Ferreira ao comando técnico e apontou três dos cinco golos que leva na Taça Libertadores já sob o comando do português, que conduziu a equipa à final da competição.
Até à chegada do técnico Abel Ferreira, não tinha "descolado" e passava por um momento de desconfiança no Palmeiras. O técnico foi essencial para a sua evolução no clube?
-Já tinha feito alguns golos com o [ex-técnico Wanderley] Luxemburgo. Mas o Abel foi muito importante para mim. Deu-me confiança, assim como a todo o grupo. O papel dele é muito importante para a nossa equipa e ser treinado por ele é uma honra.
"Em finais não há favoritos... O Santos é uma grande equipa, temos que respeitar"
O que mudou para si após a chegada do treinador: disposição tática, maior liberdade em campo ou a questão motivacional?
-Mudou um pouco de tudo. O estilo dele é um pouco diferente do Luxemburgo. Acredito que as coisas acontecem na hora e momento que Deus permite. Ele chegou e mudou o Palmeiras.
Como é a sua relação com o Abel, que características principais observa nele e, na sua opinião, há alguma diferença em ser comandado por um treinador estrangeiro?
-Como ele fala português, para nós não há diferença. É um grande treinador, sabe tirar o máximo de nós e passar confiança. É bastante inteligente e trabalhar com ele é uma honra para mim.
"Foi um dia difícil para nós, mas temos um grande guarda-redes e conseguimos segurar a vantagem alcançada na Argentina"
Recordemos agora o segundo jogo contra o River Plate. Em algum momento passou pelas vossas cabeças que a final estava perdida?
-Ah, pensar é inevitável. Mesmo antes da partida, pois o River é uma das melhores equipas do continente e merece respeito, mas confiei sempre muito na nossa equipa. Foi um dia difícil para nós [derrota por 2-0], mas temos um grande guarda-redes e conseguimos segurar a vantagem alcançada na Argentina, onde vencemos por 3-0.
Após ir para o intervalo a perder por 2-0, como encontrou o balneário? O que Abel passou aos jogadores naquele momento?
-Ele pediu mais atenção, pediu para nós tentarmos entrar no jogo. Foi o que fizemos. Não conseguimos controlar a partida, como sempre fazemos, mas segurámos o marcador e conseguimos a qualificação para a final.
O Palmeiras chega à decisão da Taça Libertadores como favorito ao título?
-Em finais não existem favoritos. O Santos é uma grande equipa. Temos que respeitar e jogar muito para alcançarmos o sonho de sermos os campeões.
Aos 25 anos, o jogador contratado em 2020 subiu de rendimento após a chegada do treinador português e não tem dúvidas sobre a qualidade do trabalho que este tem realizado no clube
"Europa? deixo nas mãos de Deus"
Aos 25 anos, está no auge da carreira e tornou-se um dos jogadores mais importantes do Palmeiras. Quase todos os futebolistas brasileiros têm o sonho de jogar na Europa. Consigo é igual?
-Todos os jogadores têm o sonho de atuar numa grande equipa. Estou já estou numa, atualmente, e ir para Europa é uma consequência. Deixo nas mãos de Deus. O meu sonho é vestir a camisola da seleção brasileira. Seja na Europa ou no Brasil, vou lutar por esse objetivo.
Portugal é sempre uma porta de entrada na Europa para os brasileiros: o que sabe do futebol português? Equacionaria jogar em Portugal se recebesse uma proposta?
-No Brasil passam as transmissões do campeonato português e acompanho quando posso. Existem três grandes equipas: FC Porto, Benfica e Sporting, que qualquer jogador gostaria de defender.
"Gosto muito do Ronaldo e do Suárez"
Rony não tem dúvidas em apontar dois jogadores que admira. "Gosto muito do Cristiano Ronaldo e do Suárez. Inspiro-me no que Deus me proporciona para tentar, um dia, chegar o mais próximo possível deles", contou o dianteiro do Palmeiras, fazendo depois uma reflexão sobre a carreira, com início no Remo e passagens por Náutico, Albirex Nigata (Japão) e At. Paranaense antes de ingressar, em 2020, no Verdão. "Nós sempre sonhamos, mas a cada conquista eu penso em tudo o que passei na carreira. Cada alegria, cada dificuldade. Vou continuar a trabalhar para crescer e chegar até onde os sonhos de Deus, que são maiores do que os meus, achem que eu deva ir".