Ronaldo já admitiu que vai tentar chegar aos quatro dígitos antes do final da sua carreira, um objetivo que não surpreende Carlos Queiroz
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Ultrapassados os 900 golos, Cristiano Ronaldo já admitiu que vai tentar chegar aos quatro dígitos antes do final da sua carreira, um objetivo que não surpreende Carlos Queiroz, que coincidiu com o astro português no Manchester United, enquanto adjunto, e mais tarde como selecionador nacional, entre 2008 e 2010.
“É típico de um bom jogador. Este tipo de jogadores, em todos os lugares do jogo, inclusive em desportos diferentes, tem desafios enormes. Isto é exatamente o que os faz e o que os mantém vivos. Não é por dinheiro, não é pelos troféus. É por si mesmo. É uma competição contra si mesmo. Para ele, marcar um golo é absolutamente normal. São grandes estrelas e fazem com que tudo seja normal quando não o é”, enalteceu, em conversa com o jornal espanhol AS.
No mesmo âmbito, Queiroz foi abordado sobre o facto de Rúben Dias e Vitinha serem os únicos jogadores portugueses a figurar entre os 30 nomeados para a Bola de Ouro de 2024, algo que para o treinador não significa que Portugal esteja a atravessar uma crise de talento, pelo contrário, defendendo que se trata de uma questão circunstancial.
“Não, são circunstâncias. Houve momentos em que tivemos muitos. Outras vezes os espanhóis tiveram mais, outras menos. Eu creio que isto faz parte da competitividade e das flutuações do êxito. Nenhum país vai ter como garantia a manutenção dessas posições, e é melhor para o futebol. Agora, obviamente que é importante ter Rúben Dias ou Vitinha, porque às vezes ter só o Cristiano e não ter ninguém atrás também não é bom. Isso dá uma dimensão de que o futebol português continua a trabalhar e a preparar gerações de forma contínua”, salientou, enaltecendo a qualidade que a atual Seleção Nacional desfruta quando comparada com outras gerações do passado.
“Os resultados falam por si mesmos. Reparem, tivemos alturas em que a Seleção portuguesa não tinha sequer jogadores no total para cobrir ao nível máximo todas as posições. Hoje, Portugal tem duas Seleções que podem competir e isso é uma coisa fantástica, porque quando nos comparamos a Espanha, o número de jogadores que temos é reduzido. Por isso, isto fala sobre a qualidade, o talento e certamente que na próxima etapa teremos mais jogadores candidatos à Bola de Ouro”, afiançou.
“A quem daria esta Bola de Ouro? Tivemos um período em que tínhamos reis no futebol, e era mais fácil eleger entre dois ou três reis. Estamos numa etapa que é de príncipes. Neste momento, os Messis e os Cristianos daquele tempo estão a opacar-se, por isso, penso que vamos ter de esperar algum tempo para que estes príncipes se mostrem um pouco mais”, completou.