Ter 35 anos não é o mesmo em todas as modalidades, mas vários atletas, tão ou mais velhos que o CR7, alcançaram vitórias épicas. A mais simbólica talvez, a medalha de ouro olímpica de Carlos Lopes
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Ser um dos melhores futebolistas do mundo aos 35 anos é um feito assinalável e Cristiano Ronaldo pode e deve orgulhar-se disso. Pelé, Maradona, Cruyff, entre outros grandes do desporto-rei já estavam claramente longe do topo nessa mesma idade. Mas o caso do CR7 não é único no desporto português se olharmos para outras modalidades.
Antes dele e no presente, encontramos exemplos de veteranos que alcançaram a glória e feitos assinaláveis com 35 ou mais anos. O maior de todos os exemplos é o corredor Carlos Lopes, ele que, aos 37 anos, conquistou a primeira medalha de ouro olímpica para Portugal, vencendo a Maratona dos JO"1984 em Los Angeles. Foi, de resto, o mais velho vencedor da mítica distância, estabelecendo então a melhor marca olímpica que só seria batida em 2008. Um ano depois, o atleta natural de Vildemoinhos (Viseu) estabeleceria em Roterdão a nova melhor marca de sempre na Maratona. Numa carreira ímpar, Lopes foi também duas vezes campeão mundial de corta-mato já depois dos 35.
É também do atletismo que nos chega um dos maiores feitos de sempre, protagonizado pelo marchador João Vieira. No ano passado, no Mundial de Doha, conquistou a medalha de prata na distância de 50 km. Tinha e tem 43 anos e é o mais velho medalhado de sempre em Mundiais.
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No imaginário português dos heróis do desporto não pode faltar Joaquim Agostinho, o mais famoso ciclista nacional. Tragicamente falecido aos 41 anos - em 1984, quando vestia a amarela na Volta ao Algarve -, o atleta de Torres Vedras foi duas vezes seguidas terceiro classificado no Tour de France (1978 e 1979) já depois dos 35 anos, tendo também ganho a mítica etapa com final em Alpe d"Huez aos 36 anos.
No feminino, a marchadora Inês Henriques merece igualmente uma nota de realce. Hoje com 39 anos, estabeleceu em 2017 o recorde nos 50 km ao vencer a medalha de ouro no Mundial de Londres, tendo no ano seguinte subido também ao lugar mais alto do pódio nos Europeus.
Exemplo maior de longevidade é talvez o de Miguel Maia, voleibolista que ainda joga no Sporting aos 48 anos e que, entre outros troféus, ganhou 16 campeonatos.