Roberto Martínez: o nível de Félix, a incerteza do adversário e o melhor Vitinha
Roberto Martínez, selecionador de Portugal, fez esta terça-feira a antevisão ao Geórgia-Portugal, relativo à terceira jornada da fase de grupos do Euro'2024 e agendado para as 20h00 de amanhã
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Em 2021, com a Bélgica também mudou quase todos na última jornada, menos o Courtois. Como correu bem, vai repetir agora? "A experiência é importante, tive essa situação em 2020 e 2018. Todos os jogadores e balneários são diferentes, mas todos têm competitividade. A gestão é individual, mas a minha experiência mostra que é importante manter o guarda-redes e crescer como equipa. O foco é ganhar, não é fazer com que todos joguem."
Confirma o Félix no onze também? "E depois vão pedir o lateral-direito...[risos]. Não posso dizer mais jogadores porque ainda não falei com eles. Do Félix posso dizer que é de nível mundial. Félix, Danilo, Matheus Nunes, quando entram, têm o apoio do balneário para um bom desempenho. A parte psicológica é muito importante, acredito em todos, mas só podem jogar 11."
Como lida com a incerteza de ainda não saber o adversário? "Faz parte, o foco é o jogo de amanhã. Tentar ganhar os três jogos e crescer como equipa. A atitude foi exemplar e é continuar. O adversário não é importante para nós agora, será no dia 1 de julho. A Geórgia surpreendeu-me, mostrou capacidade defensiva e para o contra-ataque."
Melhor Vitinha na Seleção? Em que parte do jogo fez mais progressos? "Acho que o Vitinha é um jogador jovem, que teve uma época muito importante na carreira. O que ele fez na Champions mudou a forma de jogar, a personalidade dele em jogos importantes. Vi-o contra o Barcelona, contra o Dortmund e vi-o preparado para a responsabilidade da Seleção. Contra a Finlândia, vi o melhor Vitinha na nossa Seleção."
O Euro'2024 até agora: "Em geral, os jogos são muito competitivos. Há ideia de atacar, ganhar, marcar golos. Gostei muito disso. Vimos golos nos últimos 5/10 minutos dos jogos. O nível físico é muito forte, mas a ideia das equipas é ter intenção no jogo de ataque. Por isso, está a ser um torneio muito forte."
É um dos únicos selecionadores com uma equipa cheia de jogadores da Liga dos Campeões. Prefere o sistema ou o talento? "Cada treinador é diferente. Ao longo da minha carreira encontrei treinadores que queriam o sistema e depois encaixavam os jogadores. Quando olho para os jogadores que temos, a equipa técnica que temos, gostamos de ter a bola, temos uma equipa capaz de criar chances, de defender rápido. Para nós tem a ver com flexibilidade tática, gosto de privilegiar isso."
Quais são os favoritos à conquista do Europeu? O que pensa da seleção italiana? Como se sente por treinar Portugal? "Sou o selecionador português, não posso estar só a sonhar. Tenho de trabalhar todos os dias. A geração que temos é maravilhosa. O nosso objetivo é claro, fazer com que os sonhos dos nossos adeptos se tornem reais. A minha experiência diz-me que não há favoritos, há mais do que 10 vencedores em Europeus. Há candidatos, mas favoritos….Sinto que Portugal está nesse grupo, a Itália também. São uma seleção muito competitiva, crescem nos torneios e adaptam-se a cada jogo. Tem tudo a ver com a forma como as equipas vão melhorando, no Europeu. Estou extremamente orgulhoso por treinar Portugal, aprendi muito do que a Seleção dá aos emigrantes. Sinto muita responsabilidade e estou muito orgulhoso por comandar esta equipa."
Sobre a Geórgia: "É uma equipa muito boa, surpreenderam pela forma como se apuraram, bateram a Grécia. Com mais sorte, tinham conseguido mais pontos nos últimos jogos."
Viu alguma tendência no estilo de jogo das equipas que lhe tem chamado a atenção? "Acho que os jogos são muito competitivos. Há a ideia de ganhar, de atacar, de tentar marcar golos. Vimos golos nos últimos 5/10 minutos e o nível físico tem sido muito forte, mas acho que a ideia de marcar golos e ter uma intenção no jogo ofensivo é o que está a fazer o Euro'2024 um torneio tão forte."