O selecionador nacional explicou por que se esforça para cantar o hino.
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A poucos dias do primeiro jogo de Portugal no Euro'2024 – próxima terça-feira, dia 18, frente à Chéquia –, Roberto Martínez não esconde o desejo de levar a Seleção Nacional o mais longe possível no torneio continental.
Numa entrevista concedida ao jornal AS, o técnico espanhol revelou como tem sido orientar a equipa das Quinas e até explicou por que se esforça para cantar o hino e falar português.
"O hino é importante, tem um significado especial para a Seleção. Dás-te conta disso. Há partes da letra escritas nas paredes da cidade desportiva. Não é um aspeto político. Representa ter milhões de portugueses em Portugal, e também no estrangeiro, por detrás de uma equipa de futebol. Pensei 'se eu fosse um dos adeptos da Seleção e chegasse um treinador estrangeiro, gostaria de o ver falar português'. Ainda estou a aprender, é um processo. Na equipa, falamos também em inglês e em espanhol. O professor, o Miguel, é um santo, tem muita paciência. Temos hora e meia de aula por dia", contou.
O selecionador nacional, de 50 anos, faz um balanço "muito positivo do ponto de vista humano" desta "aventura espetacular" e elogia "a essência do futebolista português". "Nunca tinha tido nenhum no balneário, tinha-os sempre enfrentado como rivais. A minha surpresa foi a mescla entre a sua competitividade natural e o gosto pela informação tática. Não estava à espera. Ter jogadores que querem melhorar a estrutura tática é o sonho de qualquer treinador. O nosso plano define o grupo que há em Portugal, com muito talento, a querer defender com a bola. Há que procurar sempre a baliza contrária, o ataque. Prefiro ganhar por 5-4 do que por 1-0. Todos os estilos e modelos têm coerência quando se ganha", apontou.
Roberto Martínez também falou de Cristiano Ronaldo e Pepe, indicando como foi recebido pelo capitão aquando da sua chegada. "A força de um balneário não está apenas no que um treinador diz aos jogadores, mas sim nos exemplos do dia a dia. O Cristiano e o Pepe são referências incríveis. Criam um ambiente muito positivo. Têm a máxima exigência, como os outros jogadores. Quando há uma mudança de regime, há sempre um momento novo. As primeiras impressões são importantes. Ele, como capitão, reagiu de forma muito natural. No futebol, há muita conversa de bar, mas as decisões tomam-se no terreno de jogo. Tem sido no futebol que ele tem tomado as suas decisões. Voltou a ter um sentimento de felicidade", afirmou.
Para terminar, o timoneiro de Portugal referiu quem é candidato a vencer o Campeonato da Europa, que se disputará em solo alemão. "Desta vez, não há favoritos. Há candidatos. Várias seleções têm jogadores habitados a lutar por todos os títulos, como a França, a Inglaterra, a Itália, a Alemanha, a Espanha, Portugal… Não podemos afastar-nos das nossas responsabilidades, a exigência é estar a um nível máximo. É assim que se chega mais longe. No entanto, os detalhes fazem a diferença. Num jogo, a diferença entre ganhar e perder pode ser verdadeiramente mínima", alertou.