Antigo craque do Brasil, farto de ver o mundo do futebol na generalidade simplesmente a recomendar à população não sair à rua, quer mais e pede para entregarem cestas de comida. Lembrou a sua infância a vender na praia
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As dificuldades que grande parte da população mundial atravessa, sobretudo no Brasil, inquieta e preocupa o antigo craque Rivaldo, que passou fome quando era criança e teve de vender na praia para conseguir ter algo na mesa. Sensibilizado por esta questão, que está a agravar-se com as exigências de confinamento em casa por causa do coronavírus, Rivaldo publicou um vídeo nas redes sociais onde pede a outras pessoas com posses para ajudar, do meio do futebol e político, para ajudarem os mais pobres que estão a ficar sem o seu ganha-pão, em vez de simplesmente publicarem vídeos a pedir para ficarem em casa.
https://www.instagram.com/tv/B-PwMfIHrzg/
"Hoje quero fazer outro desafio. Quero desafiar a doar 200 cestas básicas. Eu vou doar 200 cestas básicas para a Igreja do Amor, em Paulista, para as pessoas que estão em casa, passando por um momento difícil. Eu estou falando para você Fernandinho [jogador brasileiro que é seu amigo e atua na China], mas eu quero que todos os jogadores do Campeonato Brasileiro, aos que jogam fora do Brasil, todos os jogadores campeões do mundo em 1994 e em 2002, possam ajudar. Um pouco de brincadeira, mas que vai ajudar muita gente. Você pode ajudar no seu bairro, para as pessoas que estão na favela. Hoje eu posso ficar em casa. Eu posso telefonar ao mercado e o mercado traz. Ontem aconteceu isso aqui, em Orlando, nos Estados Unidos. Minha esposa ligou e rapidamente as compras chegaram. Mas há 20 e poucos anos eu não poderia fazer isso. Eu estava em Paulista, eu estava nas praias a vender coxinha, picolé sonho, para poder ter o café da manhã, o café da tarde, para ter o que comer", começou por dizer, de forma emocionada, recordando a sua infância antes do estrelato que alcançou.
"Então imagino o que as pessoas estão a passar. E as pessoas a dizer: fique em casa. Não é fácil ficar em casa com fome. Olhar para os seus filhos, para a sua mãe e ficar em casa. Então eu queria pedir a todos: façam. Para que as pessoas possam ficar em casa e não serem contaminados com esse vírus. Mas tem que ter alimentação, é difícil. Não vai resolver 100%, mas vai ajudar as pessoas. O governo, os prefeitos e políticos todos: façam alguma coisa. Não só o dinheiro que está lá. Dinheiro particular de vocês, que está na conta de vocês. Para que as pessoas possam ficar em casa. Porque é difícil ficar em casa com fome. Eu praticamente passei fome. É duro passar fome. É duro você ir treinar e não ter o que comer. Isso aconteceu comigo e eu venci na vida, mas é duro. Foi muito difícil. O momento é difícil. Não podemos falar só do governo, nós podemos fazer alguma coisa. Por favor, vamos ajudar um ao outro nesse momento difícil. Vamos ajudar as pessoas que não têm o que comer", prosseguiu, explicando no texto que acompanha o vídeo a sua motivação: "Nesses dias de quarentena o que mais vemos aqui são pessoas desafiando umas as outras... Senti no meu coração fazer esse desafio pois não podemos só esperar das autoridades!!! Cada um de nós, que tem condições, pode fazer algo para ajudar os mais necessitados nesse momento tão delicado... Reclamar do governo e pedir para todos ficarem em casa não é a solução.... Agora é a hora de pensarmos no próximo e exercemos o amor pelo próximo com nossas ações."