"Ricardo Horta é mais uma grande solução e mais um 'problema' para Fernando Santos"
Estreou-se a marcar por Portugal e tem condições, na opinião de José Mota e Vítor Manuel, para ir ao Mundial"22. José Mota, que orientou o autor do golo do empate em Sevilha, no seu primeiro ano como profissional, elogia a capacidade que teve de não se deixar abater pela chamada tardia à Seleção.
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Quase oito anos depois de ter participado no Portugal-Albânia, em Aveiro, Ricardo Horta voltou a ter a oportunidade de representar a Seleção Nacional, apontando o golo do empate em Sevilha com a Espanha, para a Liga das Nações. Foi o quinto jogo seguido a marcar depois de o ter feito, pelo Braga, contra FC Porto, Belenenses, Arouca e Famalicão.
"Chega muito tarde à Seleção. Já justificava esta oportunidade pelo que tem feito ao longo destas temporadas, mas nunca se deixou abater e manteve a esperança que as coisas surgiriam", defende José Mota, o treinador que orientou Horta na primeira época como profissional no V. Setúbal.
"É irreverente, assume muito o um para um, aparece muito bem na zona de finalização e foi talvez o melhor jogador do nosso campeonato", sublinha José Mota, apontando as "características de coletivo" como uma das suas grandes armas.
"Tem uma grande capacidade de entreajuda, joga muito em função da equipa. Para além de ser um criativo, tem uma grande determinação e humildade e decide muitos jogos", refere.
Ricardo Horta passou a ser o quarto jogador do Braga a marcar pela Seleção, mas foi o primeiro a fazê-lo num jogo oficial, pois Dito, Éder e Paulinho conseguiram-no em encontros de preparação. Pelo que tem feito, o técnico Vítor Manuel não tem dúvidas que tem condições para ir ao Mundial.
"Se mantiver este nível, se for para o Benfica e continuar com a mesma regularidade, tem todas as condições para fazer parte dos convocados", perspetiva, considerando que "é mais uma grande solução para o Fernando Santos e mais um problema no bom sentido".
Aquele que é um dos treinadores com mais jogos na I Liga (511) aponta aspetos que tornam Ricardo Horta diferente: "Está cada vez maduro, tem o sentido do golo, o cheiro. E isso não se treina, já é a intuição do jogador, é um talento já nasce com ele".
Sempre um "menino respeitador"
Ricardo Horta subiu a sénior no V. Setúbal em 2012/13 e nessa altura, conta José Mota, "já evidenciava muitos dotes futebolísticos" e outras virtudes que o técnico considera relevantes. "Foi sempre um menino respeitador", recorda. "É uma pessoa que se insere muito bem nos grupos, pela sua forma de estar e capacidade trabalho, e tem uma grande personalidade. E isso faz com que todos os colegas o respeitem e admirem", elogia. "É um jogador que dá gosto comandar, porque não dá trabalho nenhum ao treinador", salienta.