"Regresso de Eriksen aos relvados? Depende se ele se sentir confortável e seguro"
Declarações de Morten Boesen, médico da seleção da Dinamarca que assistiu Christian Eriksen, no Webinar "Thinking Football", organizado pela Liga Portugal.
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Protocolo seguido no Europeu: "No Europeu existia um protocolo extremamente detalhado sobre os procedimentos a seguir, talvez até fosse demasiado detalhado, mas, no final, ficámos muito felizes por ter funcionado tudo bem. O protocolo deixou-nos muito bem preparados, mas pode não funcionar em todo o lado. A questão é perceber qual é a bitola que podemos aplicar. A que temos agora, especialmente na questão cardíaca, deixa-nos bem preparados se for tudo seguido à letra."
Material médico disponível nos estádios: "Sabemos que acontece nas ligas amadoras e eles não têm uma organização como a nossa. Os desfibriladores, as macas e outros objetos determinantes para uma primeira assistência têm de estar disponíveis em estádios de países ou regiões que não tenham essas condições. Temos de nos sentir confortáveis em todos os estádios que visitamos. O caso do Eriksen ocorreu num estádio que estava bem preparado e que tinha um hospital ali ao lado. Estava tudo organizado e o Eriksen teve muita sorte, porque as coisas não são assim em todo o lado. É importante que esteja tudo organizado com as equipas de emergência, como aconteceu em Copenhaga."
Regresso ao ativo do médio: "Regresso? Não vou discutir esses detalhes. A decisão de voltar aos relvados é inteiramente do Eriksen e depende se ele se sentir confortável e seguro."
Estado anímico da seleção da Dinamarca após o incidente: "Foi difícil manter o grupo focado. Tivemos a ajuda externa de psicólogos, mas os jogadores reagiram todos de maneira diferente. Depois do que aconteceu eu também tive necessidade de falar com alguém, porque foi uma situação muito dramática."
Repercussão do caso: "Este caso teve muita atenção e muitos voluntários participaram em cursos de reanimação cardíaca e o número de desfibrilhadores nas empresas dinamarquesas disparou. As escolas também falaram muito nisso e as crianças estão mais preparadas para atuar com rapidez. É bom que muita gente saiba o que fazer nos primeiros segundos de uma paragem cardíaco."