Publicação de Carlos Tévez leva a rusga em caso de corrupção e lavagem de dinheiro

Carlos Tévez
Independiente
Antigo jogador e atualmente treinador fez uma publicação na rede social X a atacar um árbitro, levando a uma investigação judicial. Foram apreendidos 45 carros de luxo e de coleção, entre outros bens
O futebol argentino e em particular a federação argentina estão a ser abalados por um escândalo de corrupção e de lavagem de dinheiro, com vários clubes envolvidos a serem alvo de rusgas policiais na última semana, e esta sexta-feira o processo continuou com uma apreensão valiosa despoletada por uma publicação de Carlos Tévez nas redes sociais no dia 5 de março de 2024, que levou a uma investigação judicial.
Na altura, Tévez queixou-se do árbitro Pablo Dóvalo, após um polémico empate do seu Independiente contra o Barracas Central (2-2). Pablo Toviggino, tesoureiro da federação argentina, na sequência atacou Tévez: "Como não eras muito estudioso no curso para treinador, certamente há coisas que te parecem confusas. Estranho da tua parte, a jogar cometias faltas para prisão e acabavas apenas com cartão amarelo. Também não te ouvi em alguns jogos anteriores, o que vou guardar para mim. Enfim, memória eólica."
A resposta irritou Tévez, que usou também as redes sociais para uma publicação com insinuações de corrupção: "Parece-me que tantas idas e vindas a Pilar [bairro de luxo nos arredores de Buenos Aires] estão a fazer-te perder um bocadinho, Toviggino. Além da coleção de carros antigos e importados que acumulas em Pilar, também enterrar as malas que trouxeste do Catar e dos amigáveis na China, memória Ali Baba."
Ora, estas declarações levaram a investigações, que resultaram na rusga de hoje a uma propriedade em Pilar, na qual foram apreendidos 45 carros de luxo ou de coleção, sete motos de alta cilindrada, dos karts e ainda cavalos de corridas.
"Não podemos ignorar que existem versões públicas que indicariam que o imóvel e os bens mencionados - carros de coleção e cavalos de corrida, etc. - poderiam pertencer ou estar ligados ao senhor Claudio "Chiqui" Tapia, o que reforça a necessidade de investigar a origem e a rastreabilidade desses ativos", consta numa denúncia apresentada na Procuradoria de Criminalidade Económica e Lavagem de Dinheiro (PROCELAC), mencionando o presidente da federação argentina de futebol como possível dono da propriedade, que está em nome de dois testa-de-ferro, Ana Lucía Conte e Luciano Pantano.

