Presidente da La Liga volta à carga contra o PSG: "Dedicam mais de 600 milhões a salários..."
Tebas recusa conformar-se com o volume de remunerações do clube de Paris e o desfasamento em relação às receitas obtidas. Saída de Messi do campeonato espanhol "não preocupa"
Corpo do artigo
Em novo ato crítico, Javier Tebas, presidente da La Liga, tornou a insurgir-se contra a gestão financeira do PSG, espécie de cavalo de batalha do dirigente, que lamentou a absolvição do Tribunal Arbitral do Desporto aquando de uma queixa, em 2017, a visar o clube.
"O PSG parece pertencer à liga das lendas, pela idade dos jogadores que contratou. Dedicam mais de 600 milhões a salários, com receitas comerciais superiores em mais de 30% superiores ao resto dos clubes. Denunciamo-lo há quatro anos e a UEFA castigou-os, mas o TAS salvou-os logo depois", afirmou Tebas, referindo-se à queixa apresentada aquando da contratação de Neymar, por 222 milhões de euros, ao Barcelona, por exceder as limitações impostas pelos regulamentos da UEFA.
Na base das críticas do líder da La Liga, está o facto de o PSG ter estipulado, aquando da contratação do argentino, um salário anual de 40 milhões de euros líquidos a Messi, elevando sobremaneira a folha salarial do plantel, na qual se destacam as remunerações de Neymar e de Mbappé (36 e 25 milhões por época, respetivamente).
Desta forma, o poderoso clube de Paris vai gastar, anualmente, mais de 100 milhões de euros no pagamento de salários apenas ao tridente ofensivo da equipa, representando mais de um terço do montante global em custos com ordenados do plantel.
Esta gestão financeira, contraposta com as perdas entre 250 e 300 milhões de euros de receitas nesta época e a redução dos pagamentos pelos direitos televisivos da Ligue 1, só foi possível com a atualização tardia (2023) do fair-play financeiro em França.
Em declarações proferidas ao jornal espanhol Mundo Deportivo, esta terça-feira, Javier Tebas desvalorizou o impacto negativo da saída de Messi do Barcelona na própria atratividade da La Liga e assegurou haver crescimento no futuro.
"Ninguém é insubstituível. Já perdemos o Ronaldo, o Neymar, que na altura parecia uma catástrofe, mas continuamos a crescer, tal como se passará depois da saída de Messi. Não me preocupa", afirmou o dirigente espanhol.
Em agosto passado, o Barcelona e Messi haviam alinhavado um novo contrato, com duração de cinco anos, mas ficou sem efeito porque impedira o emblema de cumprir o fair-play financeiro prevista nas regras da La Liga, que prevê um limite salarial em função das receitas obtidas.