Da Europa, às Américas, passando por África e Ásia, técnicos e jogadores lusos fizeram a festa.
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O ano de 2020 não deixa muitas saudades. A pandemia do vírus SARS-CoV-2 virou o mundo do avesso e o futebol não ficou imune ao novo coronavírus que parou, adiou e cancelou competições e, sobretudo, tirou os adeptos dos estádios.
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Ainda assim, como já vem sendo hábito este milénio e, em particular, na última década, a diáspora de treinadores e futebolistas que exercem as suas profissões ao mais alto nível pelos quatro cantos do mundo não deixou ficar mal o nome de Portugal. De facto, da Europa às Américas, passando por África e Ásia, encontramos técnicos e jogadores que celebraram conquistas e só mesmo a Oceânia escapou, ao contrário de outros anos.
Em termos de total de troféus ganhos, Jorge Jesus foi o rei. O treinador deixou o Flamengo em julho para regressar ao Benfica - ficando assim impossibilitado de defender as vitórias no Brasileirão e Libertadores de 2019 -, mas tivera um arranque de época de sonho. Entre os dias 16 e 26 de fevereiro conquistou, por esta ordem, a Supertaça do Brasil, a Taça Guanabara e a Supertaça Sul-americana. Depois de uma pausa competitiva por causa da pandemia, perdeu a final da Taça Rio, mas no dia 15 de julho, um dia antes de rescindir com o Flamengo, conquistou o campeonato estadual do Rio de Janeiro.
Ainda no Brasil, um nome quase desconhecido dos portugueses, Daniel Neri (41 anos e com passagem pelo Dragon Force antes de emigrar para Terras de Vera Cruz) fez história no Salgueiro e no futebol pernambucano. Conseguiu vencer o estadual com este emblema de uma cidade do interior, sendo que todos os outros 105 títulos foram conquistados por clubes do Recífe e desde 1937 que ninguém quebrava a hegemonia de Sport, Santa Cruz e Náutico.
Pedro Martins, com a dobradinha na Grécia e Jorge Jesus com quatro conquistas pelo Flamengo, foram os treinadores em maior destaque. Mas no Brasil, também Daniel Neri fez história em 2020
Na Europa, Pedro Martins destacou-se ao ser o único treinador a conseguir uma dobradinha no estrangeiro, com a ajuda dos compatriotas José Sá, Bruno Gaspar Rúben Semedo, Cafú e Podence em campo. Na Ucrânia, Luís Castro deu seguimento ao bom trabalho de Paulo Fonseca, que fora tricampeão, e conquistou o campeonato ucraniano, além de ter chegado às semifinais da Liga Europa.
Futebolistas foram vários os campeões em diversos países, nomeadamente na Polónia, sendo que Cafu juntou ao título grego ao polaco porque iniciara a temporada no Légia Varsóvia, onde alinharam também Luís Rocha e André Martins.
Nas grandes ligas, apenas Cristiano Ronaldo celebrou em 2020 o título, mas a vitória na Serie A até soube a pouco para o português, habituado a outras conquistas, ainda para mais tendo perdido a final da Taça para o Nápoles de Mário Rui. Já em Inglaterra, a dupla do City Cancelo e Bernardo Silva ergueu apenas a Taça da Liga, enquanto Cédric ganharia já esta época a Supertaça com o Arsenal.
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Na Ásia e mais concretamente na Coreia do Sul, o ano voltou a ser feliz para José Morais, o único treinador a conseguir o bicampeonato. O técnico que já deixou o Jeonbuk depois de participar na Champions asiática, juntou ainda a Taça à K-League, conseguindo assim a dobradinha que falhara em 2019.
Em África, onde Jaime Pacheco chegou à final da Liga dos Campeões, perdida pelo Zamalek frente ao Al Ahly, foi Horácio Gonçalves a celebrar o título moçambicano ao serviço do Costa do Sol.
Voltando à América, mais concretamente à do Norte, Pedro Santos ajudou o Columbus Crew a vencer o campeonato da MLS, apesar de ter perdido a final, por ter apanhado covid-19.
Renato Sanches faz dobradinha com dois jogos antes de se mudar para o Lille
Nas principais ligas europeias, apenas um jogador português pode gabar-se de ter feito a dobradinha, mas, curiosamente, sem ter alinhado por esse clube em 2020. Falamos de Renato Sanches que, na época 2019/20, jogou apenas duas partidas pelo Bayern, ambas em agosto, num total de 68 minutos: cinco na Bundesliga e 63 na Taça. A 23 de agosto do ano passado o médio trocaria os bávaros pelo Lille. Na Turquia, Miguel Vieira também foi campeão só com um jogo disputado pelo Basaksehir, mudando-se em fevereiro para o Wolfsberger e representando atualmente o Beveren.