Polémica na Grécia: "Até pareceu que o Olympiacos já vinha para não jogar"
PAOK de Vieirinha pode perder o jogo, que não se iniciou, frente ao Olympiacos e ainda mais três pontos.
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Em incidente ocorrido domingo no Estádio Toumba, em Salónica, o treinador do Olympiacos, Óscar García, foi atingido na cara com um rolo de papel de caixa registadora vindo das bancadas, o que lhe terá causado ferimentos e obrigado a deslocar-se a um hospital local, impedindo assim a realização do jogo contra o PAOK. Antes da partida, este último, onde joga Vieirinha, tinha um bom avanço, mas prevê-se que perca pontos devido ao incidente, o que até poderá alterar a decisão quanto ao futuro campeão - tem mais um ponto que o AEK e seis que o Olympiacos. "O pior de tudo isto é que um dos melhores campeonatos de sempre na Grécia será decidido nos tribunais", admitiu o secretário de Estado do Desporto, Giorgios Vassiliadis.
À luz de incidentes recentes no futebol grego, a pena mais provável será a atribuição da derrota ao PAOK (e os consequentes três pontos para o Olympiacos, o atual heptacampeão), a que deve acrescentar-se a perda de mais três pontos de entre aqueles já ganhos nos outros jogos pelos de Salónica. O estádio do clube será interditado ao público em dois ou três jogos e a multa pode chegar a 80 mil euros.
García passou a noite no hospital, indicando depois o relatório médico que o treinador tinha um "edema no lábio superior com trauma da artéria mucosa" e ainda "dores no pescoço, tonturas e náuseas".
O PAOK não reagiu oficialmente, mas fez saber que, no seu entender, "o corte no lábio não seria suficiente para impedi-lo de trabalhar". Por outro lado, critica o facto de Óscar García não se ter apresentado de imediato ao delegado médico no estádio, abandonando o recinto para ir ao hospital. Isso também foi referido no relatório do árbitro, o que pode ser determinante.
Fernando Varela duvida do treinador Óscar García
Defesa do PAOK, o cabo-verdiano Fernando Varela preparava-se para jogar quando tudo aconteceu. "Houve um rolo que bateu sem querer na cara do treinador e fizeram disso um grande caso. O treinador começou a dizer que lhe doía a cabeça e o pescoço e que se estava a sentir mal. Teve de ir para o hospital e até lhe puseram uma proteção no pescoço, mas ele fez daquilo algo de muito mais grave do que o que aconteceu na realidade", disse a O JOGO o antigo jogador de Feirense, Estoril e Trofense, para além do Sporting, onde atuou na formação. "Foi muito exagerado. Até me pareceu que eles já vinham com o intuito de não jogar. Mesmo que tenha sido com intenção, um rolo de papel não te manda para o hospital. Não digo que não tenha aleijado, mas a ponto de ires para o hospital e de cancelares um jogo? Não me parece", assinalou.