Pedro Ró-Ró: "Toda a gente gosta de mim e isso é importante"

Filho de um casal de emigrantes cabo-verdianos em Portugal, Pedro Ró-Ró Correia deu os primeiros passos futebolísticos no Mem Martins, onde vivia com a família. Depois passou na formação do Benfica e, já nos seniores, poucos jogos fez em Portugal, antes de fazer um teste no Catar. Ficou... e nunca mais de lá saiu. Na semana que agora finda renovou contrato com o Al Sadd, onde é treinado pelo espanhol Xavi Hernández. No sábado, conquistou por este clube a Taça do Príncipe Herdeiro, que foi o quinto título pessoal na carreira. Em declarações a O JOGO, o central fala destes dias felizes.

O Pedro Ró-Ró está há quantos anos a jogar no Catar?

Estou há dez anos. Primeiro estive no Al Ahli e depois no Al Sadd, onde jogo há cinco anos.

Tendo nascido em Portugal, tinha alguma ligação ao Médio Oriente ou foi por um acaso que acabou a jogar no Catar?

Não conhecia o país, nada destes lados. Mas vim fazer testes, graças ao meu empresário, que já conhecia o clube. E fiquei.

Que balanço faz destes anos no catar?

O balanço é positivo. Jogo no Al Sadd e já fui campeão asiático pela seleção do Catar. Tenho conquistado o povo, toda a gente aqui gosta de mim, o país em si gosta de mim e isso é importante. Tenho ganho muitos títulos aqui e este sábado até conquistei mais um, que foi a Taça do Príncipe Herdeiro.

Em jogo contra o Al Duhail, do Rui Faria, que o Al Sadd venceu por 4-0. Chegou a falar com ele durante o jogo?

Ontem não falámos, porque não se proporcionou. Mas quando nos encontramos na rua costumamos falar um com o outro.

O resultado de 4-0 indica um desnível muito grande. Como se explica isso?

Foi mérito nosso. Fizemos um excelente jogo, toda a equipa esteve espetacular, todos corremos muito e concretizámos praticamente todas as ocasiões de golo que tivemos. Chegámos com 3-0 ao intervalo, na segunda parte controlámos o jogo e ainda fizemos mais um golo. Foi bom porque a nossa equipa estava a precisar de um resultado destes.

Os números tão pesados (4-0) refletem a diferença entre as duas equipas?

Não, eles têm uma excelente equipa, têm excelentes jogadores, mas nós estivemos bem e fizemos uma performance excelente. Toda a gente trabalhou, toda a gente correu e tudo saiu perfeito.

Que análise faz do Xavi como treinador?

Tem sido uma experiência fantástica. Já o tive como companheiro de equipa, que foi espetacular e como treinador também o tem sido. Têm sido momentos maravilhosos. Tenho aprendido bastante com ele. É uma pessoa amiga, tanto dentro como fora do campo, tem-nos ajudado a evoluir, tanto ao nível do nosso futebol, como enquanto pessoas.

Ficaram assustados com a hipótese de o perderem para o Barcelona?

Sim, claro, toda a gente aqui gosta muito dele. Perdê-lo agora não seria bom para nós. Mas ficou e nós estamos muito bem com ele.