Paulo Fonseca no regresso a Portugal: "Futuro? Até me esqueci do futebol"
Treinador português chegou esta segunda-feira a Portugal, acompanhado da mulher e do filho, falando aos jornalistas sobre os complicados últimos dias. Recorde-se que o antigo treinador de Roma, Shakhtar Donetsk, Braga e FC Porto, entre outros, deixou a capital da Ucrânia na quinta-feira, através da missão de repatriamento da embaixada de Portugal em Kiev.
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Fim de pesadelo? "É um misto de emoções. Por um lado consegui trazer a minha família, mas por outro, eles deixaram lá praticamente tudo, é difícil sentir uma grande felicidade neste momento. Tenho uma grande ligação à Ucrânia, tenho lá casa, estava lá a viver. É difícil para mim imaginar o que está a acontecer."
Tanques russos: "Vimos enquanto viajamos. Quando estávamos na cidade, estivemos sempre escondidos num bunker, nesse momento não vi tanques russos. Nós conseguimos sair da cidade. O pior começou a acontecer depois de sairmos de lá, em Kiev. Quando saímos foi quando as coisas começaram a piorar."
Pensou que isto podia acontecer? "A minha mulher viveu a situação de Donetsk, em 2014, eu nunca estive na cidade. Para mim era difícil imaginar que isto pudesse acontecer. Estávamos de férias, vimos as notícias e decidimos ir lá buscar a família da minha esposa, mas parecia-nos impossível que acontecesse nas grandes cidades. Estava convencido que algo ia acontecer em Donetsk e Lugansk, mas era difícil imaginar que acontecesse em Kiev. Nós ainda pensámos em regressar não na quinta-feira mas no sábado, quando há voo direto para Portugal. Mas não houve tempo nem para quinta-feira, quanto mais para sábado. Para nós era inimaginável."
Futuro no futebol, pensa regressar ao ativo em Portugal? "Até me esqueci do futebol, não tenho pensado sequer na minha carreira. Obviamente vou querer regressar, mas já não nesta época, talvez no início da próxima, mas é coisa em que não tenho pensado."
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