Passou pelo Marítimo, é viciado em crack e conta: "Se te pedir dinheiro..."
Régis Pitbull admite que perdeu "quase tudo" por causa da droga.
Corpo do artigo
É um relato na primeira pessoa aquele que o site brasileiro UOL publicou sobre a carreira e vida conturbada de Régis Pitbull, antigo jogador que chegou a vestir a camisola do Marítimo, em 1996/97.
"Eu já fiz merda nesta vida. Já quis bater num jogador que me deu uma entrada violenta no treino. O safado tinha que apanhar mesmo. Já atropelei uns cavalos e só não morri esmagado porque meu carro era blindado. Caí duas vezes no antidoping por 'maconha', fiquei perto de ser banido do desporto. O futebol deu-me tudo, a droga tirou-me quase tudo e agora estou aqui", começa por contar Pitbull, que também representou emblemas como o Ponta Preta, o Vasco da Gama ou o Corinthians.
11444533
"Estou do lado dos amigos que me ofereceram uma mão no escuro, estou a tentar reerguer-me. Se te pedir dinheiro e disser que não vou consumir nada, isso vai ser mentira. E eu não minto. Quem usa droga e diz que não usa está a mentir a si mesmo. Eu fico bem com duas pedras de crack por dia, uma antes de dormir, outra depois de acordar. O que é muito menos do que eu usava há pouco tempo", prossegue o ex-ponta de lança, que saltou para as manchetes dos jornais quando, nas redes sociais, surgiu um vídeo em que pedia esmola num autocarro:
"No outro dia circulou na internet um vídeo e vieram-me dizer que estava a pedir esmola. Isso é mentira. Se eu fosse branco, o vídeo seria só 'um cara recebendo um troco dos amigos'. Mas sou preto. Um preto ganha um dinheiro de madrugada e ele já está a pedir esmola. O meu pessoal ficou louco, a minha mãe ficou uma arara. Todos temos família. Se você ficou chocado quando leu 'Régis Pitbull pedindo esmola', pode segurar a emoção. Não sou coitadinho, não preciso de pena, não me arrependo do que fiz e do que sou. Eu sou um viciado em recuperação. Mas também sou mais do que isso", acrescenta Régis Pibull.