A "bolha" dos direitos televisivos vai explodir? "A culpa é da pirataria"
O aviso é feito por Yousef Al-Obaidly, CEO da beIN, estação de televisão que garante ser a maior investidora em direitos televisivos do mundo
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A BeIn Media, grupo de comunicação com sede no Catar e com forte presença nos mercados do Oriente Médio e da África, afirma desde há muito ser quem mais direitos televisivos adquiriu nos últimos anos, no total de 15 mil milhões de dólares de investimento. Nesse sentido, talvez o CEO da BeIn, Yousef Al-Obaidly, seja uma voz autorizada para falar do futuro dos direitos de transmissão, cujos valores não têm parado de subir.
"O crescimento interminável dos direitos acabou. Não apenas isso, mas em certos casos, os valores dos direitos vão cair a pique e o próprio modelo económico de indústria televisiva vai ser reescrito", afirma Al-Obaidly, defensor da ideia de que a "bolha" dos direitos de transmissão de eventos desportivos está prestes a explodir. A culpa? A incapacidade da indústria em combater a pirataria.
"Alguns detentores de direitos investem mais nas festas de Natal do que em medidas antipirataria"
Yousef Al-Obaidly dá o exemplo da BeIn, que nos últimos anos enfrentou avultadas perdas com a "operação de pirataria" com sede na Arábia Saudita, a beoutQ. O CEO tem uma certeza: "Passamos a operar num mundo no qual os direitos exclusivos são, efetivamente, não-exclusivos".
Al-Obaidly afirma que a indústria levou muito tempo a encarar a pirataria a sério, citando o fato de a beoutQ ter-se mantido totalmente operacional por dois anos e de ainda hoje funcionar parcialmente. A pirataria, acrescenta, espalhou-se por todos os cantos do mundo e por todas as partes da sociedade. "Os consumidores, jovens e velhos, estão a ter acesso a tudo por nada - via kodi, VPN ou beoutQ - onde quer que estejam, quando querem". "Alguns detentores de direitos investem mais nas festas de Natal do que em medidas antipirataria", rematou.
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