Há alguns jogadores portugueses que poderão gabar-se de terem sido os primeiros a jogar todas as provas de seleções possíveis.
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Depois de uma qualificação para o Mundial"2018 superequilibrada, com uma vitória para cada lado por 2-0 e 27 pontos finais para ambas as seleções (a portuguesa apurou-se diretamente pela diferença de golos), a sétima e a oitava seleções do ranking FIFA, que é como quem diz Portugal e Suíça, defrontam-se esta quarta-feira na estreia da Liga das Nações.
Seleção suíça tem sido uma espécie de siamesa da portuguesa. Nada melhor do que um adversário direto para arrancar esta nova competição, que vai fazer entrar na história "sete magníficos" lusos
O Estádio do Dragão recebe o primeiro encontro da fase final desta nova competição que acabou com os particulares de seleções sem sentido, as chamadas datas-FIFA que tanto exasperavam os treinadores de clubes com jogadores internacionais e muitas vezes os próprios selecionadores nacionais, dada a diferença de nível dos adversários com que se deparavam.
Agora, com a Liga das Nações é a doer e todos os jogos são decisivos, tanto na qualificação como na final-four. Paralelamente, a nova competição abriu novas portas para entrar na história do futebol e uma delas - ou sete - está entreaberta por um grupo de internacionais portugueses a quem assenta muito bem o rótulo de núcleo duro de Fernando Santos. São estes sete, a partir do momento em que forem utilizados (e seis deles até estão na equipa provável para esta quarta-feira), que poderão gabar-se de terem sido os primeiros a alinhar em fases finais de todas as provas de seleções acessíveis a jogadores europeus - campeonatos da Europa e do mundo, Taça das Confederações e, a partir de agora, Liga das Nações.
Top 10: Portugal é a sétima seleção do ranking da FIFA, a Suíça é a oitava
O título europeu em 2016 carimbou o passaporte da seleção portuguesa para a Taça das Confederações, no que foi a única representante europeia - logo, helvéticos, ingleses e holandeses nunca fariam o pleno de competições. Quem o pode fazer são: Rui Patrício, Pepe, Raphael Guerreiro, José Fonte, João Moutinho, William Carvalho e Cristiano Ronaldo, regressado à equipa das Quinas depois da "baixa" concedida para se adaptar ao calcio. Deste septeto, apenas José Fonte não deve alinhar de início contra a Suíça - a aposta de Fernando Santos deve recair em Rúben Dias para acompanhar Pepe no eixo da defesa. Já os outros seis podem entrar na história mal o alemão Felix Brych apite para o pontapé de saída da primeira meia-final da final-four da Liga das Nações.
Rui Patrício, pelo menor desgaste a que um guarda-redes está sujeito, é o mais utilizado de todos, tendo sido totalista nas três competições anteriores (16 jogos). Seguem-se Pepe e Ronaldo, que até tem mais um jogo do que o central (15 contra 14).
Cristiano Ronaldo: nove golos nas três provas e apetite aguçado para mais uma
Três golos no Euro"16, dois na Taça das Confederações"17 e quatro no Mundial"18 permitem a Cristiano Ronaldo alimentar o desejo de entrar nos registos históricos em duplicado - pelas presenças e pelo apetite goleador. A Liga das Nações é mais uma competição onde o melhor marcador europeu de seleções de sempre (85 golos) e segundo mundial (Ali Daei fez 109) poderá alargar o seu leque de recordes, sendo detentor, entre outros, do maior número de golos em fases finais de Europeus (9, com Platini), nas qualificações e fases finais de Europeus (29), nas qualificações europeias para Europeus e Mundiais (50) ou em mais fases finais de Europeus (quatro).
Gerações de ouro
Os Uruguais do início do século XX
Nas primeiras décadas do século XX, o Uruguai teve duas gerações fantásticas: uma, a de Ángel Romano e Pascual Somma, ambos do Nacional, vencedora de quatro Copas América (1916, 1917, 1920 e 1923) e dos Jogos Olímpicos de 1924; a de José Leandro Andrade, Héctor Castro, Lorenzo Fernández ou Domingos Tejera e Santos Urdinarán foi campeã olímpica (1928), mundial (1930) e americana (1926).
Itália bicampeã mundial nos anos 30
Giuseppe Meazza é o nome mais famoso dos italianos bicampeões mundiais (1934 e 1938), mas Masetti, Monzeglio e Ferrari também estiveram nas duas seleções.
Um Brasil de Parreira, dois de Zagallo
Parreira era o selecionador do Brasil campeão mundial em 1994 com Romário, Ronaldo, Leonardo, Dunga, Cafu e Aldair e Zagallo coordenador técnico do escrete. Mas foi este quem levou o grupo à conquista da Copa América e da Taça das Confederações em 1997.
França de Zidane mas... sem Zidane
A grande figura do futebol francês, instrumental nos títulos mundial (1998) e europeu (2000), não está nos oito daquela geração que a estes títulos juntaram a Taça das Confederações em 2001. Eram Lizarazu, Desailly, Leboeuf, Vieira, Djorkaeff, Pires, Karembeu e Dugarry.
Os 11 da Espanha quase faziam o onze
Campeã europeia em 2008 e 2012 e mundial em 2010, a seleção espanhola é, entre as equipas históricas, a que terá mexido menos no núcleo duro. Com os que estiveram nestas conquistas quase dava para fazer um onze: Casillas, Reina, Albiol, Sergio Ramos, Arbeloa, Iniesta, Xavi, Fàbregas, Xabi Alonso, David Silva e Fernando Torres.