Ex-jogador do Manchester City recordou insultos de que foi alvo quando jogava na Ucrânia
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Yaya Touré tinha 20 anos quando chegou à Ucrânia para representar o Metalurh Donetsk, clube extinto aos dias de hoje devido a problemas financeiros. O médio costa-marfinense, atualmente sem clube, recordou os insultos racistas de que foi alvo por parte dos próprios adeptos.
"Primeiro senti-me humilhado, depois muito zangado. Os cânticos de macaco eram os piores. Tive que me habituar. Tentava jogar futebol e ouvia os adeptos cantar: 'preto de m..., preto de m...! Vai para casa!'", recordou Touré.
"Foi muito difícil. Muito, muito difícil. O pior foi que tinha de voltar todas as semanas, todos os jogos. Às vezes eram os adeptos da minha própria equipa que me insultavam. Lembro-me de ligar ao meu pai e de chorar ao telefone: 'pai, estão a fazer os cânticos de macaco à minha frente, sinto-me muito triste'", contou o médio ex-Manchester City, que recordou um episódio particularmente marcante.
"Um dia, o meu pai viajou até à Ucrânia para me ver jogar. Foi sentar-se no seu lugar e as pessoas brancas saíram da beira dele, foram sentar-se noutros lugares. Ele perguntou-me: 'o que se passou? Cheiro mal?'. Mesmo que te prepares para isso, quando acontece ficas sempre chocado. Fiquei muito surpreendido com a calma demonstrada pelo Sterling, que é como o meu irmão mais novo. Quando olhas para tudo o que ele fez, merece certamente ser o Jogador do Ano", apontou.