Os filhos e não só: os novos argumentos de Dani Alves para pedir a liberdade
Tribunal de Apelação de Barcelona realizou esta sexta-feira uma audiência com todas as partes.
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A defesa de Dani Alves voltou a pedir a liberdade provisória do futebolista brasileiro ao Tribunal de Barcelona, alegando que a transferência dos seus filhos para a capital catalã exclui o risco de fuga. Um argumento que a advogada da alegada vítima de violação qualificou de "projeto de vida fictício".
O Tribunal de Apelação de Barcelona realizou esta sexta-feira uma audiência com todas as partes - a defesa de Alves, o Ministério Público e o advogado da alegada vítima - para reavaliar a situação de prisão preventiva do futebolista, depois de este ter pedido a sua libertação pela última vez em Abril e ter sido recusada pelo tribunal de instrução em maio.
A defesa interpôs recurso contra esta recusa junto do Tribunal e este convocou as partes para apresentarem os seus argumentos antes de tomar uma decisão.
Na audiência, que durou cerca de uma hora, o advogado do futebolista, Cristóbal Martell, utilizou vários argumentos para demonstrar que não existe qualquer risco de fuga que justifique a prisão preventiva, centrando-se no facto de a transferência e o registo dos seus filhos (de 15 e 17 anos) em Barcelona confirmarem a sua vontade de permanecer na capital catalã até à realização do julgamento.
Martell também se referiu às imagens gravadas pelas câmaras de segurança da discoteca, que na sua opinião demonstram uma relação normal entre os dois antes de entrarem na casa de banho, e à última declaração feita pelo seu cliente perante o juiz a 20 de abril, na qual admitiu que houve relações entre ele e a vítima, mas garantiu que foram consensuais.
A defesa de Alves, que está detido desde 20 de janeiro deste ano pela alegada violação na discoteca Sutton, em Barcelona, na noite de 30 de Dezembro de 2022, argumentou no mesmo sentido que o futebolista tem em Barcelona a empresa que gere os seus bens e direitos audiovisuais, ao mesmo tempo que apresentou documentação que prova que quatro das suas empresas no Brasil foram dissolvidas.
O seu advogado sublinhou ainda ao tribunal que o seu cliente não vai escapar porque "tem uma defesa" e porque "é e sente-se de Barcelona".
Por outro lado, a advogada da alegada vítima questionou o argumento de que Alves não escapará porque os seus filhos estão instalados em Barcelona, argumentando que o documento de registo dos filhos não é prova de residência efetiva. Ester Vallès assegurou ao tribunal que o plano de viver em Barcelona com os filhos que Alves alega é "fictício" e, em apoio desta afirmação, acrescentou que, se fosse verdade, ele já o teria comentado na sua primeira declaração após a entrada na prisão, a 16 de fevereiro, quando nada disse sobre o assunto.
A advogada salientou que o facto de o registo das crianças ter sido processado em maio, enquanto a sua defesa preparava o novo pedido de libertação, é oportunista e demonstra que se trata de uma manobra feita para evitar a possibilidade de as crianças serem libertadas.
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