Poderemos ver nalgumas seleções um tipo de jogo mais intenso, de maior risco e com estilo mais atrativo.
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Neste dia em que se dá o pontapé de saída do Mundial, deixo um ponto prévio: com pandemias ou guerras, o futebol nunca parou.
Esta sempre foi a indústria que manteve o povo ativo e neste Catar"2022 é também um pouco a obrigação do futebol dinamizar a modalidade naquela zona do mundo. Se a paixão com que os adeptos abraçam este desporto em tantos países conseguir ser implementada no Catar, sem dúvida que será um bom ponto de partida para termos uma grande competição.
Este é, também, um Mundial diferente. Além de tudo o que já se disse, vai ser um campeonato onde as equipas vão estar no seu pico de forma, com os jogadores a apresentarem menor fadiga mental e física. Normalmente, assistimos a este tipo de competições com jogos equilibrados e equipas em contenção, mas aqui poderemos ver nalgumas seleções um tipo de jogo mais intenso, de maior risco e com um estilo mais atrativo, pelo momento de forma que os jogadores atravessam.
Há, no entanto, um senão. Este talvez seja o Mundial em que os selecionadores menos tempo tiveram para preparar as suas equipas. As seleções que podem ter maior sucesso vão ser as que os seus treinadores conseguirem recolher uma base mais sólida, com princípios mais consolidados, muitos deles vindos dos clubes. O Bayern Munique, por exemplo, bem pode ser a base da seleção da Alemanha, beneficiando de processos antigos e já assimilados, que o seu selecionador poderá interpretar e utilizar.
Outra curiosidade tem a ver com a seleção do Catar. Com a política de ter retirado os jogadores dos seus clubes e iniciar a concentração para o Mundial em julho, vai ser interessante perceber o nível de entrosamento em competição, ainda para mais tendo um treinador espanhol que trabalhou na formação do Barcelona, na Academia Aspire e nas seleções jovens do Catar, com metodologia muito vincada e assente na posse de bola e no equilíbrio.No jogo de abertura, o Catar defronta um Equador muito mais intenso, agressivo,
estilo mais anárquico mas de ritmos elevados, à imagem do seu treinador argentino. É um início de campeonato entre equipas de pólos opostos. Será curioso perceber se esta nova metodologia do Catar poderá resultar e surpreender uma filosofia mais audaz do Equador.