Pedro Martins festejou na Grécia o primeiro título nacional como treinador, com o Olympiakos. A Liga Europa coloca-o frente ao Wolverhampton de Nuno Espírito Santo e de uma liga de sonho.
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Pedro Martins, o treinador que conduziu o Olympiakos ao título e lhe devolveu a "magia", prepara-se para reencontrar o Wolverhampton de Nuno Espírito Santo, na Liga Europa. Será a terceira equipa da Premier League que enfrenta, nesta temporada. Cada partida fortalece o desejo de experimentar o campeonato inglês, contou, em entrevista à AP.
Antes ainda de falar sobre futebol, Pedro Martins contou como o confinamento imposto pelo surto de covid-19 serviu para aproximar a tribo do futebol. "Esta pandemia criou algo especial, a par deste problema - só temos o computador e temos Zoom. Falámos mais nestes dois meses com os treinadores. Falo com os jogadores que jogaram comigo há 20, 30 anos. Foi tão bom vê-los de novo", admitiu.
Com o computador como janela para o mundo, falou com outros treinadores portugueses espalhados por vários campeonatos. Luís Castro, campeão na Ucrânia com o Shakhtar Donetsk, José Peseiro, selecionador da Venezuela, Vítor Pereira, campeão na China com o Shangai SIPG e, tal como Pedro Martins, outrora vencedor do título grego com o Olympiakos (2015). "Temos tantos. Nunca falamos assim, desta forma tão aberta", notou.
Nesses contactos, não falou com Nuno Espírito Santo, com cujo Wolverhampton o Olympiakos empatou (1-1), antes de a UEFA suspender a Liga Europa. "Os Wolves e o Nuno fizeram uma época fantástica, incrível. Lutaram e conquistaram algo especial e estiveram tão perto de chegar à Liga dos Campeões porque têm qualidade e estão a fazer um trabalho fantástico", elogiou.
Prestes a concluir a terceira ronda de jogos com equipas inglesas nesta longa temporada, o treinador que acabou de renovar por dois anos com o Olympiakos admitiu que sonha com a Premier League: "Sim, gostava de ter uma equipa em Inglaterra. É a melhor [liga] do mundo. Toda a gente quer ir para lá. Quero experimentar, porque o futebol puro está lá".
Por agora, está de corpo e alma com a equipa que conduziu ao título grego: "Este ano foi espantoso. Mais do que os resultados, creio que conquistámos algo especial, o nosso prestígio. Tínhamos perdido esse espírito, essa espécie de magia e recuperámo-la".
Este foi o primeiro título de Pedro Martins como treinador, uma oportunidade que nunca surgiu em Portugal: "Foi a primeira vez que tive condições para ser campeão."