"O futebol não era o meu principal interesse. Deitava-me tarde, quase nunca sozinho..."
Faustino Asprilla brilhou pelo Parma nos anos 90, mas podia ter sido melhor futebolista, admite. Desde que tivesse um estilo de vida mais adequado à profissão, o que também é algo que nunca passou pela cabeça do colombiano: "Aproveito a vida", diz.
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Faustino Asprilla foi um futebolista colombiano que brilhou, principalmente, ao serviço dos italianos do Parma, clube por quem fez 151 golos e marcou 43 golos. Mas também era fora do campo que o antigo avançado se divertia. E muito!
Numa entrevista à Gazzetta dello Sport, recorda os tempos de jogador e as festas em que participava, admitindo que o futebol nunca foi o seu principal interesse.
"Nunca poderia ter sido um grande campeão, porque não tinha a mentalidade certa. Eu odiava treinar, tinha dificuldades em perceber o que os treinadores me pediam taticamente, e não viva exatamente como um atleta. Deitava-me tarde, quase nunca sozinho, acordava tarde, gostava de ir a festas e discotecas... Basicamente, o futebol não era o meu principal interesse. Isso era uma limitação para mim. Mas, ao mesmo tempo, divertia-me imenso e aqueles que me rodeavam também", contou o internacional colombiano de 53 anos.
Asprilla já é avô, mas o estilo de vida não se alterou muito, confessa. "A minha vida é praticamente igual. Vou a festas, danço, bebo, como, conheço mulheres. Muitas mulheres. Nunca vou mudar. A diversão é o meu destino - e que bom destino eu tenho. Os avós também podem divertir-se! Se vejo uma rapariga bonita, não consigo resistir a falar com ele. Aproveito a vida, não a levo muito a sério. Não estamos neste mundo por muito tempo, há que aproveitar o tempo que temos", afirmou.
Já afastado dos relvados, o ex-Parma diz que continua a ver futebol, mas que não tira prazer disso do jogo atual. "Eu vejo, mas não me entretém. É só passes para o lado, ninguém dribla agora. E os treinadores andam na linha lateral loucos, a berrar aos jogadores o que têm de fazer. Se tentassem fazer isso comigo, eu diria: 'olha, és o treinador, senta-te no banco. Eu jogo futebol e sei o que estou a fazer.' Odeio os treinadores que agem como se tivessem inventado o futebol, mas não conseguem sequer controlar uma bola. É uma maluquice ver os adjuntos com aqueles mapas e diagramas sobre por onde os jogadores se movem, o que fazem, quem têm de marcar. Deixem os jogadores aproveitar e verão que os espectadores vão gostar mais de ver o jogo", apontou.
Asprilla começou no Cúcuta Deportivo e passou pelo Atlético Nacional, na Colômbia. Seguiu para o Parma, rumou depois ao Newcastle, e mais tarde mudou-se para o Brasil, onde representou Palmeiras e Fluminense. Atlante, do México, Universidade de Chile, do Chile, Estudiantes, da Argentina, e Cortuluá, da Colômbia, foram os outros clubes que representou.
Foi 57 vezes internacional pela seleção cafetera. Marcou 20 golos.
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