ENTREVISTA (parte 2) - Pragmático na análise dos temas, Jorge Simão surpreende ao dizer que a sua meta não passa por dirigir FC Porto, Benfica ou Sporting. O técnico tem outros desafios em mente.
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Não ficou em Portugal por opção, pois tinha interessados. "Não estou a treinar cá porque não quis. Depois de ter saído do Boavista, tive mais convites do que alguma vez tinha tido", revela Jorge Simão
Acha que perdeu espaço no futebol português?
Como assim? Depois de ter saído do Boavista, tive mais convites em Portugal do que alguma vez tinha tido. Não estou a treinar em Portugal porque não quis, objetivamente.
Que clubes se interessaram pela sua contratação?
-É passsado.
Agora está na Arábia Saudita, mas certamente tem outros planos para o futuro?
-Eu tenho um sonho desde pequenino, que não vou revelar. Mas também já dei por mim a pensar: tenho esse grande objetivo e depois de o atingir o que faço? Arrumo as botas? Não. Portanto, prefiro pensar agora no crescimento pessoal, como treinador. Gostaria de chegar a um ponto da minha carreira onde fosse identificado por um estilo de jogo criado por mim. Um pintor quando pinta uma obra-prima - que só é aclamada quando morre, na maior parte dos casos - faz um percurso até lá chegar, junta eesboços.
"Eu tenho um sonho desde pequenino, que não vou revelar"
Está a fazer um estágio no exterior para tentar cumprir o sonho de treinar um grande de Portugal?
-Nunca foi um dos meus grandes objetivos e neste momento também não o é. Como já disse, tenho um grande propósito na carreira, mas preciso cumprir várias etapas até chegar lá. Em Portugal, vai ser difícil fazê-lo. Agora, o grande alvo é o meu desenvolvimento pessoal. Trabalhar para desenvolver as minhas competências. Não trabalho para treinar um dos grandes em Portugal.
Mas não gostava de orientar FC Porto, Sporting ou Benfica?
-É óbvio que gostava, mas como disse não é o meu objetivo.
Esta época o Al-Fayha está fora dos lugares de despromoção. A meta está praticamente atingida?
-Na época passada, evitaram a descida no último jogo. Penso que está tudo dito. Sinto-me muito confortável. Quando estou na rua a malta apita e diz: "Hey Simão, I love you", frase típica dos árabes". Estamos a fazer um campeonato tranquilo, acima dos lugares de despromoção, o que faz com que as pessoas andem contentes.
"Estamos no meio de uma negociação de renovação do contrato. Eles querem mais um ano"
Vai continuar na próxima época?
-Estamos no meio de uma negociação de renovação. Os advogados estão a trocar correspondência. Tenho contrato por um ano e a ideia deles é fazer mais um ano.
O poderio económico árabe pode tomar conta do futebol europeu a curto prazo?
-Temos de falar de todos os países do Golfo Pérsico. Os magnatas injetam dinheiro para que a economia do futebol avance. Agora, ainda mais por causa da pandemia. O dinheiro vai ter de entrar de algum lado. Não é uma situação recente.
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BELENENSES
Tiro no alvo
"Uma passagem curta, culminada com o apuramento para a Liga Europa."
P. FERREIRA
48+1
"Tínhamos assumido publicamente como meta conquistar mais um ponto do que na época anterior. Fomos além disso e, terminámos, com mais dois pontos do que aquilo que tínhamos definido."
CHAVES
Jackpot
"Em seis meses, uma equipa que vinha da II Liga ganhou uma média pontual que a colocava nos lugares de acesso à Liga Europa. Em dezembro, o presidente do clube fez mais de dois milhões com a venda de jogadores e treinadores. Fui para o Braga pelo valor da cláusula: 300 ou 350 mil euros."
BRAGA
Duro
"É nos momentos mais dramáticos, mais angustiantes na vida das pessoas que estas melhoram as suas competências técnicas ou pessoais. Sou o principal culpado, o único culpado pelo que sucedeu no Braga."
BOAVISTA
Intenso
"Um clube que nasceu na cidade do Porto como "underdog", que lutou contra o poder da cidade, conseguiu ser campeão e ganhou o seu estatuto. Cresceu com dedicação, com pouco dinheiro. No Boavista, jogámos um futebol fantástico, tínhamos um jogo dominador, de equipa grande. Depois de ter batido no fundo, está a dar passos para a retoma e eu ter contribuído para essa retoma é gratificante. Foi um motivo de orgulho."