Neymar admite ao tribunal de Barcelona: "Eu assino o que o meu pai me diz"
O extremo brasileiro voltou a marcar presença no tribunal de Barcelona, no segundo dia do julgamento da transferência que o levou do Santos para o Barcelona, em 2013.
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Neymar voltou a comparecer esta terça-feira no tribunal de Barcelona, no segundo dia do julgamento da transferência que o levou do Santos para o Barcelona, em 2013.
Recorde-se que, o grupo DIR, que detinha 40% dos direitos económicos de Neymar em 2013 e apenas recebeu 6,8 milhões de euros na sequência da operação, alega que os envolvidos mentiram sobre o seu valor real, num caso judicial que também envolve o Ministério Público (MP) espanhol e que já se arrasta há vários anos.
O extremo brasileiro, que representa atualmente o PSG, foi questionado sobre as negociações com o Barcelona, em 2011, e explicou que apenas expressou qual era o seu desejo na altura, negando ter participado diretamente em questões contratuais.
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"Haviam muitos clubes interessados em mim. Mas eu queria jogar no Barça desde criança, segui o meu coração. Podia ter ido para o [Real] Madrid, não me lembro de outras equipas. No último momento, tive de escolher entre os dois e fui para o Barcelona", recordou o internacional canarinho, a quem o MP espanhol exige dois anos de prisão, uma multa de dez milhões de euros e ainda que seja proibido de voltar a jogar futebol, em caso de condenação.
"Isso é tudo tratado pelo meu pai. Assino o que ele me diz", disse ainda, quando questionado sobre uma suposta negociação para renovar com o Santos até 2014.
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É de acrescentar que Florentino Pérez, presidente do Real Madrid, foi chamado a testemunhar esta terça-feira no tribunal de Barcelona, com o dirigente a ter confirmado que tentou contratar Neymar em 2013.
A audiência em Barcelona de Neymar estava agendada para 21 ou 28 de outubro, mas foi antecipada a pedido do internacional brasileiro, alegando questões profissionais, já que essas datas iriam prejudicar a sua preparação para os jogos com Ajaccio, na Liga francesa, e Macabbi Haifa, na Liga dos Campeões.
Neymar poderá voltar a prestar declarações agora só no final do julgamento, que está agendado para 31 de outubro.
Além da família Neymar, Sandro Rosell e Josep María Bartomeu, dois antigos presidentes do Barcelona, e Odílio Rodrigues Filho, antigo treinador do Santos, estão a ser julgados, igualmente pelos crimes de corrupção.
O Ministério Público defende que a contratação do Neymar teve um custo total de 83 milhões de euros e não os 57 milhões que foram declarados, com o restante montante a ter sido escondido numa combinação entre os dirigentes do Barcelona da altura e do Santos.
A empresa brasileira de investimentos DIS, que detinha 40% dos direitos económicos do jogador quando jogava pelo Santos, levou o caso à justiça em 2015, alegando ter sido prejudicada no negócio, pedindo uma indemnização de 35 milhões euros, o valor real que diz que devia ter recebido.