Florentino Pérez confirma que tentou contratar Neymar: "Queria ir para o Barcelona"
O presidente do Real Madrid foi chamado a testemunhar no julgamento da transferência que levou Neymar do Santos para o Barcelona, no verão de 2013.
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Florentino Pérez, presidente do Real Madrid, foi esta terça-feira chamado a testemunhar, por via de uma videochamada, no julgamento da transferência que levou Neymar do Santos para o Barcelona, no verão de 2013, a troco de 85 milhões de euros.
O julgamento iniciou-se na segunda-feira, com o extremo brasileiro, que representa atualmente o PSG, a ter recebido dispensa do juiz após três horas, justificada com o facto de jogado na noite anterior, frente ao Marselha.
O líder máximo do campeão europeu confirmou no tribunal de Barcelona que o Real Madrid ofereceu 45 milhões de euros ao Santos por Neymar em 2011, mas que a vontade do extremo ditou a sua ida para a Catalunha.
"Os jogadores vão para onde querem ir e Neymar queria ir para o Barcelona. Estivemos interessados nele há cerca de dez anos atrás, ou algo assim. Mas eu só sei disso por causa da direção geral do clube, não por ter sido importante em qualquer tipo de negociação", esclareceu Pérez, em declarações citadas pelo jornal AS.
Minutos antes, Raúl Sanllehí, antigo diretor desportivo do Barcelona, admitiu que o clube chegou a acordo com o Santos em 2011 para a transferência de Neymar, a troco de 45 milhões de euros, mais dez milhões em variáveis.
"Apertámos mãos numa sexta-feira, mas na segunda-feira ligaram-nos para dizer que o Real Madrid tinha oferecido cinco milhões a mais. Não podíamos aceitar isso, porque já tínhamos um acordo fechado", recordou.
A partir desse momento, o Barcelona decidiu negociar a transferência diretamente com Neymar e os seus pais, que o representavam na altura, ficando acordada uma cláusula que obrigava o jogador a pagar 100 milhões de euros ao clube caso a transferência fosse abortada, o que acabou com as pretensões do Real Madrid.
É de referir que Florentino Pérez disse não se recordar da existência de qualquer cláusula acordada entre Neymar e o Barcelona no momento das negociações com o internacional brasileiro.
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Um caso que ameaça a carreira de Neymar
O grupo DIR, que detinha 40% dos direitos económicos de Neymar em 2013 e que apenas recebeu 6,8 milhões de euros na sequência da sua transferência para o Barcelona, alega que os envolvidos na operação mentiram sobre o seu valor real.
Nesse âmbito, o Ministério Público espanhol exige ser reembolsado em cerca de 35 milhões de euros e que Neymar seja condenado a uma pena de prisão de dois anos e ao pagamento de uma multa de dez milhões de euros, para além de uma proibição federativa de jogar futebol.
Já ao Barcelona são exigidos cerca de oito milhões de euros e ainda cinco anos de prisão para Sandro Rosell, presidente do clube na altura da chegada de Neymar, a quem também é exigido o pagamento de dez milhões de euros. Por outro lado, Josep Maria Bartomeu, que exercia funções de vice-presidente, não foi alvo de qualquer acusação, apesar de ter sido quem assinou os contratos oficiais da operação.
De resto, a acusação exige penas entre um e dois anos de prisão para os pais de Neymar, com base em acusações de corrupção e três anos de prisão para Odílio Rodrigues, antigo diretor do Santos que está acusado de fraude.
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