Newcastle tem contas negativas e poderá ser obrigado a vender um jogador-chave
O mais recente relatório de contas do clube inglês, relativo às últimas três épocas, revelou um saldo negativo de 180 milhões de euros, acima do limite de 122 milhões estabelecido pelas regras de sustentabilidade económica da Premier League
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Adquirido em 2021 por um fundo público de investimento saudita (PIB), nem por isso o Newcastle escapa aos limites económicos da Premier League.
Numa altura em que os magpies têm as contas negativas, o jornal The Guardian salienta que o clube está a contemplar vender um jogador-chave da equipa no próximo verão para equilibrar esse saldo e evitar possíveis castigos.
A possibilidade desse cenário surgiu após o último relatório de contas do Newcastle, relativo às últimas três temporadas, ter revelado um saldo negativo de 180 milhões de euros, acima do limite de 122 milhões estabelecido pelas regras de sustentabilidade económica da Liga inglesa.
Ainda assim, os dirigentes do emblema terão a esperança de que o dinheiro investido na sua equipa feminina, em iniciativas solitárias e na sua academia possam ser removidos desses cálculos, o que já não resultaria numa situação de incumprimento das regras.
Em declarações ao jornal, Darren Eales, CEO do Newcastle, garantiu que o clube é “cumpridor”, mas admitiu a possibilidade de ter de vender jogadores como Bruno Guimarães, Alexander Isak ou Sven Botman no futuro, e até mesmo trocar St. James Park por um estádio novo, algo que está a ser estudado.
“Se vamos chegar onde queremos chegar, às vezes, é necessário trocar de jogadores. É uma parte contraintuitiva do sistema, no qual existe um incentivo para se vender jogadores se se quiser reinvestir. Nós temos de aumentar as nossas receitas. St. James Park tem uma localização incrível e ser a “catedral na montanha” é parte do que nos torna especiais. Se tivermos a capacidade para ficar neste local e ainda gerarmos receitas, é o que faremos. Mas não queremos duvidar do estudo”, apontou.
"Queremos ser um clube sustentável do top-6, mas as últimas contas do Tottenham mostram 440 milhões de libras [de faturação]. Nós estamos em 250 milhões, por isso é um grande passo mesmo para a parte inferior do top-6. O Manchester City está a 710 milhões. Há um longo caminho a percorrer", fixou.
Nesse sentido, Eales salientou que não se espera que o atual nono classificado da Premier League faça grandes contratações neste mercado de inverno.
"Sempre conhecemos as regras do jogo [financeiro] e sempre seremos cumpridores. Mas se estamos a tentar ter uma mobilidade ascendente, isso torna-se num enorme desafio. Será que nós [a Premier League] conseguimos resolver essa tensão, permitindo que os clubes sejam competitivos e protegendo-os de falirem ou gastarem em demasia?", refletiu, em jeito de conclusão.